Situação da justiça na
Guiné-Bissau é alarmante, diz Relatora da ONU
Bissau,16 Jun 16(ANG) - A situação do sector da
justiça na Guiné-Bissau é assustadora e o país está à mercê do crime
organizado, refere Mónica Pinto,
a relatora independente para as Nações Unidas que elaborou um documento a ser
apresentado nesta quarta-feira, 15, em Genebra, numa reunião do Conselho de
Direitos Humanos das Nações Unidas.
Segundo a Voz de América, o
documento entregue na quarta-feira às autoridades da Guiné-Bissau, diz que
a corrupção "é generalizada, nomeadamente entre os agentes
do sistema de justiça, a impunidade é galopante, a instabilidade política é
elevada e os crimes do passado ainda estão por tratar”, escreve Pinto, que visitou a Guiné-Bissau em
Outubro de 2015.
No documento, aquela especialista argentina considera
que apesar das descobertas assustadoras, parece que o sistema de justiça tem
tido dificuldades em obter a atenção das autoridades" com vista à reforma
necessária, num país que, segundo Mónica Pinto “é deixado à
margem da luta contra o crime organizado transnacional".
A relatora diz ainda que a justiça "é cara e a grande maioria da população não pode pagar os seus
serviços",
além de falta de qualificação dos actuais "juízes,
procuradores, advogados e funcionários judiciais, que não estão adequadamente
treinados para desempenhar as suas funções profissionais".
Por outro lado, quando exercem aquelas funções não
têm segurança e "são deixados
expostos a ameaças e pressões".
O relatório inclui 37 recomendações que abrangem
várias áreas, desde a investigação criminal à instrução de processos.
Abertura de postos de polícia judiciária em vários
pontos do país e uma maior presença de advogados fora da capital, Bissau, são
algumas das propostas de Pinto que aponta ainda a falta de tribunais,
informação, confiança e educação, que “empurra a maioria das pessoas a
recorrer a líderes tradicionais para resolver os seus litígios".ANG/VOA
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