Sindicato volta a contestar a privatização da empresa
Bissau, 18 jul 17
(ANG) – O Sindicato dos trabalhadores da Administração dos Portos da Guiné-Bissau
(APGB) voltou a insurgiu-se hoje contra um alegado processo em curso visando a entrega
da gestão da empresa à um consórcio internacional chamado “Necotrans”.
Em conferência de
imprensa, o Presidente do sindicato, Ivo Cá, sem citar nomes, afirmou haver “interesses
ocultos” de algumas pessoas visando apenas obter “benefícios pecuniários” para
si.
Destacou que foi com estranheza
que o Sindicato recebeu uma comitiva da “Necotrans”, cuja nacionalidade diz
desconhecer, que procederam a um levantamento sobre a situação do porto, como
trabalho preliminar para eventual aquisição dos portos, para no fim não
informar nada.
O Presidente do
Sindicato disse que “estão no escuro” em relação a este processo e manifestou a
sua preocupação sobre o que irá ser o futuro dos trabalhadores da APGB, caso a intensão
do governo se concretizasse.
Para Ivo Cá, não era
preciso o governo se enveredar pela via de privatização, mas sim tentar
ultrapassar as burocracias visando desbloquear os 25 mil milhões de Francos CFA
de empréstimo do BOAD, ainda congelados por causa da divida do Estado guineense
com a empresa portuguesa TERTIR, no valor de pouco mais de 3 mil milhões de
Francos CFA.
“Com este dinheiro,
elimina-se a divida com a TETIR, proceder-se-ia a uma nova dragagem, balizagem
e farolagem além de outros investimentos de que carece o Porto neste momento”,
notou Ivo Ca.
Salientou que mesmo
com esta dificuldade, a empresa ainda consegue pagar salários com receitas
internas e proceder a alguns investimentos como a aquisição de novos
equipamentos e pavimentação e aumento da capacidade do seu parque de contentor,
que passou de mais de 30 para mais de 70 mil contentores.
Cá exortou ao
Ministro Fidelis Forbes a preocupar-se mais com a construção dos portos de
Buba, na região de Quinara e de Piquil, na de Biombo, em vez da privatização da
APGB.
Afirmou que os
funcionários estão apreensivos quanto ao seu futuro, uma vez que a empresa que,
eventualmente, vier a ganhar o concurso de privatização, pode, simplesmente,
desvincular-se de “todos”, sem que haja nada que o impeça.
Convidou ao governo a
arrepiar caminho neste processo e ajudar o Porto a conseguir o dinheiro do BOAD,
para transformar aquela infra-estrutura dotando-a de melhores condicoes de funcionamento.
Pediu a intervenção do
Presidente da República com vista a impedir a concretização desta privatização
que, na sua opinião, em nada vai beneficiar o Estado da Guiné-Bissau, já que o
porto se encontra em condições para desenvolver as suas actividades sem
necessidade de ser entregue à estrangeiros.
Numa recente
declaração a Agência Lusa, Fidelis Forbs disse o processo de privatização
contestado pelo sindicato dos trabalhadores do Porto de Bissau só aguardava
pelo anúncio do vencedor do concurso.
Disse que o vencedor
do concurso pagaria o que o estado guineense deve a portuguesa Tertir.
ANG/JAM/SG
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