Costa prepara “mini-remodelação”, mas ministros estão seguros
Bissau, 12 Jul 17 (ANG) -
Depois das demissões dos secretários de Estado da Internacionalização, dos
Assuntos Fiscais e da Indústria, há mais saídas a caminho no Governo, mas os
ministros que têm estado na “corda bamba”, por causa de Pedrógão Grande e de
Tancos, estão seguros.
Estes dados foram avançados ao Diário de Notícias
por uma fonte do gabinete do primeiro-ministro depois de anunciadas as saídas
dos secretários de Estado Jorge Costa Oliveira (Internacionalização), Fernando
Rocha Andrade (Assuntos Fiscais) e João Vasconcelos (Indústria).
Os três governantes pediram demissão na sequência
do “GalpGate”, tendo
solicitado para serem constituídos arguidos no âmbito do processo criminal que
investiga as viagens a França, realizadas durante o Euro 2016, e pagas pela
Galp.
Nos próximos dias, vão sair do Governo outros “secretários de Estado que já tinham
pedido para sair, por razões pessoais ou profissionais”, avança o DN, com base
numa fonte do gabinete de António Costa.
O jornal assegura ainda que os ministros “estão todos de pedra e cal”, incluindo
os detentores das pastas da Administração Interna e da Defesa, Constança Urbano
de Sousa e Azeredo Lopes, envolvidos nas polémicas do incêndio em Pedrógão Grande e do assalto à base militar de Tancos.
Também Marques Mendes, no seu espaço de comentário
na SIC, avança com a ideia de “mini-remodelação”
no Governo, considerando que “é provável que saiam mais alguns
secretários de Estado”.
“Esta mini-remodelação deverá acontecer daqui a duas semanas, provavelmente
depois do debate do Estado da Nação”, refere ainda o ex-líder do PSD, realçando
que estarão em causa saídas “anteriormente previstas, por questões pessoais”.
Quanto a remodelação
de ministros, só depois das autárquicas, vaticina o comentador da SIC.
Sobre as saídas dos três Secretários de Estado
envolvidos no “GalpGate”, Marques Mendes diz que “fizeram bem” em demitir-se,
mas avisa que estas “baixas” representam “um rombo em postos-chave do Governo”.
Quanto a Rocha Andrade, o presidente do Sindicato
dos Trabalhadores dos Impostos, Paulo Ralha, já veio dizer que esta saída
poderá atrasar o processo de negociação
do próximo Orçamento do Estado.
“Tudo vai depender do entendimento do próximo
secretário de Estado, que pode ser diferente e poderá obrigar ao recomeço e
regresso à mesa das negociações”, disse à agência Lusa Paulo Ralha.
As demissões de Jorge Costa Oliveira, Fernando
Rocha Andrade e João Vasconcelos surgiram no seguimento de notícias de que
haveria várias pessoas constituídas arguidas no âmbito da investigação criminal
ao “GalpGate”, entre as quais está um
assessor económico do primeiro-ministro, Vítor Escária.
Em causa está o possível crime de recebimento indevido de vantagem.
António Costa já comentou as saídas dos Secretários
de Estado, notando, em declarações ao Público, que “não podia negar-lhes esse direito”.
“Na semana passada, foram constituídos arguidos
dois chefes de gabinete, os secretários de Estado acharam que deviam, eles
próprios, tomar a iniciativa de requererem a sua constituição como arguidos e
poderem exercer o seu direito de defesa“,
explica ainda o primeiro-ministro.
Costa acrescenta que aceitou a demissão “apesar de
não ter sido deduzida pelo Ministério Público qualquer acusação” contra eles,
“nem consequentemente uma eventual acusação ter sido validada por pronúncia
judicial”, conforme nota enviada pelo primeiro-ministro à Lusa.
O PSD já veio questionar o “momento político” para estas demissões que acontecem um ano
depois de a polémica ter estalado. ANG/ZAP
// Lusa
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