quinta-feira, 13 de julho de 2017

Privatização dos Portos



Sindicato de Base dos trabalhadores nega ter sido informado sobre processo 

 Bissau,13 Jul 17 (ANG) – O presidente do Sindicato de Base dos Trabalhadores dos Portos de Bissau afirmou hoje que desconhece e se opõe a intenção do actual governo de privatizar a gestão do Porto de Bissau.

Ivo da Silva Cá, que falava à ANG regia assim as declarações do ministro de tutela segundo as quais os trabalhadores foram informados das intensões de privatização dos Portos cujo vencedor do concurso deverá ser anunciado por uma comissão criada para o efeito.

Cá alegou que o Porto de Bissau não se depara com nenhuma crise financeira, porque os funcionários recebem os seus salários entre os dias 20 e 25 de cada mês.

Acrescentou que a empresa de Administração dos Portos da Guiné-Bissau(APGB) ampliou o parque de contentores e adquiriu equipamentos de trabalho com as receitas internas, por isso disse não compreende a persistência do executivo em privatizar o porto.

Ivo Cá disse que  receia pelo futuro dos trabalhadores, caso a empresa vencedora se optar pela redução dos funcionários.

Disse que num país onde as normas funcionam, o sindicato, enquanto representante dos trabalhadores, devia ser o primeiro a saber do processo da privatização, mas que não foi o caso.

“Sabemos da intenção do governo de privatizar o Porto de Bissau através da deliberação do Conselho de Ministros de 23 de Fevereiro do ano em curso, e desde então nunca fomos chamados por nenhum membro do governo e nem tão pouco pelo ministro dos Transportes para o efeito”, disse.

Ivo Cá considera que, antes de tudo, o executivo deveria sensibilizar os funcionários do Porto, informando-lhes sobre as razões e as vantagens de privatização, o que , segundo disse, “nunca aconteceu”.

O sindicalista questiona como é que o Caderno de Encargo vai ser elaborado sem a participação do sindicato, lamentando a criação pelo governo de uma comissão de sete elementos para sua elaboração.

Por outro lado, revelou a existência de um acordo de financiamento assinado entre a Administração dos Portos e  o Banco Oeste Africano para Desenvolvimento no valor de 25 bilhões de francos CFA. Disse que o montante não foi desbloqueado até hoje devido a uma dívida existente entre o Estado e a empresa “Tertir” em mais de três bilhões de francos cfa.  
“Este montante é suficiente para fazer dragagem, farolagem, balizagem e outros investimentos”, disse.

Afirmou que o  estado é o maior devedor desta instituição porque em dez anos deveu ao Porto mais de cinco bilhões de francos cfa.

Ivo Cá disse que, perante esta situação,  não quer ver os seus associados reclamarem pelo seu dinheiro nas ruas de Bissau como aconteceu já com outras empresas.

Por isso, exorta o Presidente da República da Guiné-Bissau a intervir junto do governo para travar o processo de privatização que considera difícil para o país e sobretudo para os funcionários da APGB.

O sindicato de APGB apelou ainda a todos os partidos políticos com e sem assento parlamento para solidarizarem-se com os trabalhadores dos Portos.

ANG/LPG/JD/ÂC/SG  

 
       






 

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