Sindicato de Base dos trabalhadores nega ter
sido informado sobre processo
Bissau,13 Jul
17 (ANG) – O presidente do Sindicato de Base dos Trabalhadores dos Portos de
Bissau afirmou hoje que desconhece e se opõe a intenção do actual governo de
privatizar a gestão do Porto de Bissau.
Ivo da Silva Cá, que
falava à ANG regia assim as declarações do ministro de tutela segundo as quais
os trabalhadores foram informados das intensões de privatização dos Portos cujo
vencedor do concurso deverá ser anunciado por uma comissão criada para o
efeito.
Cá alegou que o Porto
de Bissau não se depara com nenhuma crise financeira, porque os funcionários
recebem os seus salários entre os dias 20 e 25 de cada mês.
Acrescentou que a
empresa de Administração dos Portos da Guiné-Bissau(APGB) ampliou o parque de
contentores e adquiriu equipamentos de trabalho com as receitas internas, por
isso disse não compreende a persistência do executivo em privatizar o porto.
Ivo Cá disse que receia pelo futuro dos trabalhadores, caso a
empresa vencedora se optar pela redução dos funcionários.
Disse que num país
onde as normas funcionam, o sindicato, enquanto representante dos trabalhadores,
devia ser o primeiro a saber do processo da privatização, mas que não foi o
caso.
“Sabemos da intenção do
governo de privatizar o Porto de Bissau através da deliberação do Conselho de Ministros
de 23 de Fevereiro do ano em curso, e desde então nunca fomos chamados por
nenhum membro do governo e nem tão pouco pelo ministro dos Transportes para o
efeito”, disse.
Ivo Cá considera que,
antes de tudo, o executivo deveria sensibilizar os funcionários do Porto,
informando-lhes sobre as razões e as vantagens de privatização, o que , segundo
disse, “nunca aconteceu”.
O sindicalista
questiona como é que o Caderno de Encargo vai ser elaborado sem a participação
do sindicato, lamentando a criação pelo governo de uma comissão de sete
elementos para sua elaboração.
Por outro lado,
revelou a existência de um acordo de financiamento assinado entre a Administração
dos Portos e o Banco Oeste Africano para
Desenvolvimento no valor de 25 bilhões de francos CFA. Disse que o montante não
foi desbloqueado até hoje devido a uma dívida existente entre o Estado e a
empresa “Tertir” em mais de três bilhões de francos cfa.
“Este montante é
suficiente para fazer dragagem, farolagem, balizagem e outros investimentos”, disse.
Afirmou que o estado é o maior devedor desta instituição porque
em dez anos deveu ao Porto mais de cinco bilhões de francos cfa.
Ivo Cá disse que, perante
esta situação, não quer ver os seus
associados reclamarem pelo seu dinheiro nas ruas de Bissau como aconteceu já
com outras empresas.
Por isso, exorta o
Presidente da República da Guiné-Bissau a intervir junto do governo para travar
o processo de privatização que considera difícil para o país e sobretudo para
os funcionários da APGB.
O sindicato de APGB
apelou ainda a todos os partidos políticos com e sem assento parlamento para solidarizarem-se
com os trabalhadores dos Portos.
ANG/LPG/JD/ÂC/SG
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