quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Moçambique



Autarca Mahamudo Amurane morto à queima-roupa horas depois de apelar à paz no convívio social

Bissau, 05 Out 17 (ANG) - O autarca moçambicano que hoje foi morto à queima-roupa com três tiros disparados por um desconhecido, tinha discursado horas antes a apelar à paz ao diálogo no país.

"A paz que hoje celebramos reveste-nos de esperanças (...), se todos nós nos apropriarmos da cultura da paz no convívio social e privilegiarmos sempre o diálogo na solução dos nossos problemas", referiu Mahamudo Amurane, de 44 anos.

O presidente do Conselho Municipal de Nampula, no norte do país, discursava nas cerimónias de celebração do Dia da Paz e Reconciliação Nacional, que assinalou os 25 anos da assinatura dos acordos de paz de Moçambique.

Na mesma intervenção, disse que era necessária "coragem para a abertura de novas abordagens de gestão da máquina administrativa do Estado", defendendo uma maior descentralização do poder.

Segundo a Lusa, o  porta-voz da polícia Moçambicana disse  que, após a cerimónia, Amurane dispensou o guarda-costas que o acompanhava, um agente policial a que tem direito por lei, para se deslocar a casa, onde acabaria por ser alvejado por um desconhecido.

O suspeito entrou na farmácia do autarca, no rés-do-chão da sua residência particular, dirigiu-se a ele e disparou três tiros, segundo relatou à Lusa Saide Ali, vereador que estava junto a Amurane no momento do crime.

O autarca era membro da comissão política do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), partido que convocou uma reunião extraordinária do órgão para quinta-feira.

As relações com o partido tinham tido melhores dias: Mahamudo Amurane admitiu em agosto deixar o MDM e concorrer à presidência do município de Nampula nas eleições do próximo ano encabeçando outro projeto político.

Lutero Simango, líder da bancada daquela força no parlamento moçambicano, disse à Lusa que o crime representa "um grande choque" e apelou às autoridades para que descubram o que se passou.
"O que está a acontecer em Moçambique, hoje, é que o crime está cada vez mais a controlar o Estado e isso é mau para a democracia e para tudo", concluiu.

 ANG/Lusa


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