quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Acidente Rio-Paris


            Justiça francesa arquiva processo contra Air France e Airbus
Bissau, 05 set 19 (ANG) - A Justiça francesa determinou nesta quinta-feira (5) o arquivamento do processo que apurava a responsabilidade da Air France e da Airbus no acidente do voo AF447 entre Rio e Paris, que caiu em 31 de maio de 2009, deixando 228 mortos.
“O acidente se explica por um conjunto de fatores nunca ocorridos antes e mostrou riscos que não poderiam ter sido detectados antes da tragédia”, diz o texto da decisão judicial, anunciada nesta quinta-feira (5), mais de dez anos depois da catástrofe.  O processo que ocorreu paralelamente à investigação do BEA, a agência civil francesa que investigou as causas técnicas do acidente, teve início em 2011, com o indiciamento da companhia aérea e do fabricante.
A conclusão dos juízes difere da recomendação da Procuradoria-Geral, que pediu, em julho, que apenas a companhia aérea fosse julgada na Vara Criminal, isentando a Airbus.  
Para os procuradores, a Air france cometeu uma “negligência e uma Imprudência” não informando seus pilotos sobre os procedimentos a serem adotados em caso de problemas técnicos relacionados aos sensores Pitot, que medem a velocidade do avião e congelaram em alta altitude no dia do acidente. Váriosincidentes parecidos ocorreram nos meses que preceram a tragédia.    
As famílias e outros profissionais do setor defendem que o desastre só ocorreu por conta das sondas defeituosas. A associação de vítimas francesas do acidente, Entraide et Solidarité AF447, divulgou, em julho, uma carta aberta para expressar a “decepção” em relação à decisão judicial. Para os familiares das vítimas, a Justiça corroborava “a impunidade da Airbus”. A decisão de hoje, reagiu o advogado das famílias, Alain Jakubowicz, “é um insulto para as famílias das vítimas”,
O Airbus 330 caiu na noite do dia 31 de maio no meio do oceano Atlântico, depois de uma série de incidentes técnicos que resultaram na perda de sustentação da aeronave. O relatório divulgado pelo BEA em 5 de julho de 2012, concluiu que a catástrofe foi provocada por uma série de manobras equivocadas dos pilotos. Houve um problema técnico com as sondas, mas elas voltaram a funcionar, afirmam os técnicos da agência. O problema é que já era tarde demais para estabilizar o avião, que caiu a 11.000 metros de altitude em menos de quatro minutos.ANG/RFI

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