Covid-19/Rússia acorda comercializar com Bahia 50 milhões de
doses da Sputnik V
Bissau, 14 Set 20 (ANG)
- O fundo soberano da Rússia assinou um
acordo de cooperação com a Bahia, para o fornecimento de até 50 milhões de
doses da vacina Sputnik V àquele estado brasileiro, informaram no domingo
fontes oficiais.
O acordo permitirá que a Bahia (nordeste), através da Bahiafarma, uma fundação ligada à secretaria estadual de Saúde, comercialize a vacina em território brasileiro, com a possibilidade de entrega a partir de
Novembro de 2020, desde que aprovada pelos órgãos reguladores do Brasil.De acordo com o
secretário da Saúde daquele estado nordestino, Fábio Vilas-Boas, “a vacina está
a ser testada em cerca de 40 mil pessoas em todo o mundo, mostrando-se segura e
eficaz até ao momento”.
O acordo também
permitirá a distribuição da vacina em todo o país, segundo o Fundo Russo de
Investimento Directo.
No Brasil, o Governo da
Bahia submeterá à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e à Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido para testes clínicos em 500
brasileiros. A expectativa é que os testes tenham início no próximo mês.
Além da Bahia, o governo
do estado do Paraná (sul), na fronteira do Brasil com Argentina e Paraguai,
aguarda autorização das autoridades sanitárias para começar a testar a mesma
vacina russa Sputnik V em humanos.
Atualmente no Brasil, um
dos três países mais afectados pela pandemia em todo o mundo, estão a ser
realizados testes com as vacinas desenvolvidas pela multinacional Johnson &
Johnson, Reino Unido (AstraZeneca e Universidade de Oxford), que se encontra
suspensa, China (Sinovac Biotech) e consórcio BioNTech (Alemanha) e Wyeth/Pfizer
(Estados Unidos).
A empresa brasileira de
medicina diagnóstica Dasa também anunciou que uma vacina sintética desenvolvida
pela farmacêutica Covaxx, com bons resultados iniciais, será testada em cerca
de 3.000 voluntários no Brasil.
Trata-se da UB-612, uma
possível vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela Covaxx, uma divisão
da norte-americana United Biomedical, que teve resultados bem-sucedidos na fase
um dos testes com voluntários em Taiwan, informaram porta-vozes da Dasa e da
Covaxx numa conferência de imprensa virtual.
Em Agosto, a Bahia
também havia anunciado um protocolo de entendimento com o Grupo Nacional de
Biotecnologia da China (CNBG), subsidiária do Grupo Farmacêutico Nacional
Chinês (Sinopharm) e responsável pela produção de outras duas vacinas no país
asiático que já passaram pelas suas primeiras fases dos estudos.
O protocolo com a
estatal chinesa prevê a aplicação das duas vacinas em 6.000 pacientes de toda a
região nordeste do Brasil.
O Brasil é o país
lusófono mais afectado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao
contabilizar o segundo número de mortos (mais de 4,2 milhões de casos e 129.522
óbitos), depois dos Estados Unidos.
A pandemia de covid-19
já provocou pelo menos 910.300 mortos e mais de 28,2 milhões de casos de
infecção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência
francesa AFP. ANG/Inforpress/Lusa
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