UE/ Presidente da Comissão anuncia pacto migratório para “sarar feridas”
Bissau, 16 Set 20 (ANG) -
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der
Leyen, anunciou hoje perante o Parlamento Europeu, em Bruxelas, que o novo
pacto migratório europeu servirá para sarar "as feridas abertas" na
União Europeia (UE) através de uma "visão humanitária".
"A crise migratória de 2015 provocou
muitas divisões entre os Estados-membros e ainda existem feridas abertas,
apesar de ter sido feita muita coisa entretanto", afirmou Ursula von der
Leyen, no seu primeirAdicionar legenda
o discurso sobre o Estado da União enquanto presidente do
executivo comunitário.
Apontando que "a migração sempre
foi uma realidade do continente europeu, (já que) foi a migração que definiu as
sociedades e a cultura europeias", a líder do executivo comunitário
argumentou que a UE "pode chegar a um compromisso, respeitando
completamente os seus princípios", relativamente a esta matéria.
Por isso, a proposta que a Comissão
Europeia irá apresentar na próxima semana para novo pacto migratório prevê uma
"nova visão humanitária", no âmbito da qual "deixou de ser uma
mera opção salvar vidas do mar".
Acresce que "os países (europeus)
mais expostos precisam de contar com toda a solidariedade da UE",
defendeu, vincando que "a Europa precisa de agir em conjunto" e que
cada Estado-membro deve "fazer a sua parte" relativamente às
migrações.
Ao mesmo tempo, com o novo pacto
migratório, a Comissão Europeia quer "uma definição clara entre asilo e
retorno", bem como "vias jurídicas seguras" e medidas mais
apertadas contra o tráfico.
"Aqueles que têm o direito de
permanecer devem integrar-se e sentir-se bem-vindos", disse Ursula von der
Leyen.
Já numa alusão aos incêndios da semana
passada no campo de refugiados de Moria, o maior da Europa na ilha grega de
Lesbos, a responsável considerou que "o que aconteceu foi um exemplo
doloroso".
E anunciou que "a Comissão está,
juntamente com o Governo grego, a criar um plano para um novo campo em Lesbos
para acelerar os processos de asilo, melhorando também as condições para os
refugiados".
Num longo discurso, de quase uma hora,
Ursula von der Leyen abordou também a parceria europeia com África, vincando
que os dois continentes "não são apenas vizinhos, mas sim parceiros
naturais".
"África será um parceiro chave na
construção do mundo em que queremos viver, quer seja no clima, digital ou
comercial", frisou, pedindo uma "parceria de igual para igual". ANG/Angop
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