Guiné-Conacri/Golpistas comprometem-se a acelerar libertação de opositores presos
Bissau, 08 Set 21 (ANG) - Os militares golpistas da Guiné-Conacri comprometeram-se a acelerar a libertação dos opositores detidos sob a liderança do Presidente deposto, Alpha Condé, ansiosamente aguardada pelos seus apoiantes, 48 horas após a sua tomada do poder.
Os
militares mencionaram novamente nas suas últimas declarações, lidas na
televisão nacional ou transmitidas em redes sociais, a próxima abertura de uma
"consulta" nacional para definir as modalidades de transição política
neste país pobre da África ocidental e um grande produtor de minerais, incluindo
a bauxite.
Caberá
ao futuro Governo de "unidade nacional" liderar esta transição, disse
terça-feira, através de um tweet, o chefe do "Comité Nacional de
Agrupamento e Desenvolvimento", o tenente-coronel Mamady Doumbouya.
Doumbouya
instruiu o Ministério da Justiça para contactar "o Ministério Público, a
administração prisional e os advogados, a fim de realizarem uma análise
aprofundada do caso dos presos políticos, para a sua libertação o mais
rapidamente possível", de acordo com uma declaração lida no noticiário televisivo
de segunda-feira à noite.
A
Frente Nacional de Defesa da Constituição (FNDC), uma coligação de movimentos
políticos e da sociedade civil que liderou o protesto contra o controverso
terceiro mandato do Presidente Alpha Condé, tinha apelado à população de
Conakry para que fosse dar as boas-vindas aos seus membros, que deveriam ser
libertados até segunda-feira ao meio-dia.
Apesar
de uma grande multidão na prisão central, as libertações ainda não tiveram
lugar.
Os
militares impuseram um recolher obrigatório e fecharam as fronteiras, antes de
anunciarem na segunda-feira que seriam reabertas.
Os
golpistas capturaram o Presidente Alpha Condé e dissolveram as instituições de
Estado do país no passado domingo. Foi instituído um recolher obrigatório
nocturno, e a Constituição do país e a Assembleia Nacional foram ambas
dissolvidas.
O
golpe de Estado foi já condenado pela Comunidade Económica de Estados da África
Ocidental (CEDEAO), que exigiu também a "imediata" e
"incondicional" libertação de Alpha Condé, e o mesmo fez a União
Africana e também a França.
O
secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também já condenou
"qualquer tomada de poder pela força das armas".
A
Guiné, país da África Ocidental, que faz fronteira com a Guiné-Bissau, é um dos
mais pobres do mundo e enfrenta, nos últimos meses, uma crise política e
económica, agravada pela pandemia de covid-19.ANG/Angop
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