Portugal/Governo aprovou acordo para Mobilidade na CPLP
Bissau, 01 Out 21 (ANG) - O Governo português aprovou quinta-feira a proposta de acordo para a mobilidade na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), referiu em comunicado o Conselho de Ministros.
"Foi aprovada a proposta, a apresentar à Assembleia da República, do Acordo sobre a Mobilidade entre os Estados-membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), assinado em Luanda, em 17 de Julho de 2021", lê-se na nota.
O
comunicado acrescenta que o "acordo vem permitir o estabelecimento de um
quadro de cooperação em matéria de mobilidade dos cidadãos dos Estados-Membros
da CPLP e entre esses mesmos Estados, através de um sistema flexível e variável
que atende às particularidades relativas a cada Estado".
Tal
como a nota refere, o acordo tem de seguir agora para aprovação no parlamento.
Até
agora a proposta para a mobilidade na CPLP só foi ractificada por Cabo Verde e
São Tomé e Príncipe.
Os
chefes de Estado e de Governo da CPLP, reunidos em 17 de Julho em Luanda,
aprovaram o Acordo sobre a Mobilidade no espaço da comunidade.
A
resolução de Conselho de Ministros aprovada na XIII cimeira da organização
reafirma que a "mobilidade constitui um desígnio fulcral para a
materialização da comunidade, pela sua importância para o incremento e a
consolidação das relações de cooperação e amizade existentes entre os
Estados-membros da CPLP e entre os seus povos, e pelo seu contributo para a
aproximação da comunidade aos seus cidadãos".
Os
líderes realçaram a importância da mobilidade em sectores como o turismo, a cultura,
a educação, a ciência e inovação e na área económico-empresarial, e "do
seu papel para o desenvolvimento sustentável dos Estados-membros".
Além
disso, comprometeram-se "a promover as diligências necessárias com vista
ao acolhimento, tão célere quanto possível, do Acordo sobre a Mobilidade nos
respectivos ordenamentos jurídicos e, ainda, a contribuir para a criação das
condições legais e institucionais para o incremento progressivo e ordenado da
mobilidade na CPLP de todos os cidadãos dos Estados-membros".
A
XIII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, na qual Angola
assumiu a presidência, ficou marcada pela assinatura deste acordo e por uma
nova prioridade: o reforço das relações económicas.
A
proposta de Acordo sobre Mobilidade estabelece um "quadro de
cooperação" entre todos os Estados-membros de uma forma "flexível e
variável" e, na prática, abrange qualquer cidadão.
Aos
Estados é facultado um leque de soluções que lhes permitem assumirem
"compromissos decorrentes da mobilidade de forma progressiva e com níveis
diferenciados de integração", tendo em conta as suas próprias
especificidades internas, na sua dimensão política, social e administrativa.
Neste
contexto, têm a "liberdade (...) na escolha das modalidades de mobilidade,
das categorias de pessoas abrangidas", bem como dos países da comunidade
com os quais pretendam estabelecer as parcerias, segundo a proposta a que a
Lusa teve acesso.
A
proposta define que a mobilidade na CPLP abrange os titulares de passaportes
diplomáticos, oficiais, especiais e de serviço, bem como os de passaportes
ordinários.
Além
disso, o acordo prevê subdividir os titulares de passaportes ordinários em
grupos, em função de actividades que exerçam, nomeadamente professores,
investigadores, empresários, agentes culturais, artistas, desportistas e
representantes de órgãos da comunicação social, escritores, músicos, promotores
e organizadores de eventos culturais e desportivos e estudantes.
A
questão da facilitação da circulação tem vindo a ser debatida na CPLP há cerca
de duas décadas, mas teve um maior impulso com uma proposta mais concreta
apresentada por Portugal na cimeira de Brasília, em 2016, e tornou-se a
prioridade da presidência rotativa da organização de Cabo Verde, nos últimos
três anos.
Angola,
Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São
Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP.ANG/Angop
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