terça-feira, 9 de novembro de 2021

ANP/Deputados se divergem quanto ao debate da situação dos Combatentes da Liberdade da Pátria

Bissau, 09 Nov 21 (ANG) – Os deputados da Nação se divergiram, segunda-feira, quanto ao início dos debates no plenário sobre a situaçáo dos Combatentes da Liberdade da Pátria(CLP), agendado no primeiro ponto  da agenda de trabalhos da 1ª Sessão Ordinária  ano Legislativo 2021/22, iniciada  dia 04 de novembro.

A discussão e eventual aprovação do documento que visa  a melhoria da situação de vida dos Antigos Combatentes de luta de libertação nacional, que devia iniciar segunda-feira foi adiada devido à divergências entre  membros da Comissão Eventual para a Elaboração dos Estatutos dos Antigos Combatentes, criada para o efeito.

Segundo o Presidente de Assembleia Nacional Popular (ANP),  Cipriano Cassama, a ANP criou uma Comissão que deveria elaborar  estratégias para a resolução da problemática dos veteranos de luta de libertação nacional.

 A referida comissão é presidida pelo deputado Higino Cardoso, do PAIGC que entretanto se encontra no estrangeiro em tratamento médico.

Na sua esplanação no parlamento sobre os motivos da bancada do Madem G15 e do PRS não subscreverem o debate da situação dos combatentes, Nelson Moreira disse que o relatório sobre a situação dos CLP que deveria ser submetido ao debate apresenta várias imperfeições.

“Sou o Vice-Presidente desta Comissão e substituto legal do presidente na sua ausência,  mas fui afastado das referidas competências”, afirmou Moreira, que acrescentou  que as suas competencias estão a ser usurpadas pelo deputado de APU- PDGB, Armando Mango.

A próposito, o  líder de Bancada Parlamentar de Madem-G-15, Abdu Mané, disse que o PAIGC entende que os combatentes só os pertence, por isso, a todo o custo, não quer ver nenhum deputado do Madem-G-15 a frente de resolução dos problemas que afectam os antigos combatentes.

“Mas deixo aqui claro que todos  nós temos familiares que são  combatentes. Por isso, a resolução dos seus problemas , não só pertence ao PAIGC mas sim à todos os deputados, por isso, queremos que este assunto  seja resolvido com muita atenção e não à  feita pressa”, disse.

Abdu Mané recomendou que mais trabalhos sejam feitos sobre os combatentes, por exemplo: saber quantos ainda não se recensear, e saber doutras dificuldades por que passa esse grupo de cidadãos, antes de se submeter o assunto a discusão parlamentar.

O líder parlamentar do Madem G-15 defendeu que não se pode discutir a situação dos CLP na ausência do Governo, uma vez que é o Executivo que depois vai sustentar financeiramente a situação dos antigos combatentes.

Contrariamente às declarações de Nelson Moreora, o  líder de Bancada do Partido Africano da Independência de Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Califa Seide, disse  que em nenhum momento, Nelson Moreira foi afastado das suas funções em benefício do  deputado Armando Mango.

“Depois de o Presidente da Comissão viajar para o exterior para tratamento médico, tive a oportunidade de conversar com ele pelo telefone, perguntando-lhe se os documentos sobre os trabalhos feitos podiam ser entregue ao seu Vice para  efeitos de sua apresentação no parlamento”, disse Califa Seide

Acrescentou que o presidente da Comissão, Higino Cardoso recusou, alegando que o seu Vice não tem participado em reuniões da Comissão, pelo  que desconhece como os trabalhos foram conduzidos.

Segundo Seidi, foi Higino Cardoso quem  indigitou Armando Mango para apresentar o relatório final dos trabalhos realizados, por ser o deputado que presenciou todas as reuniões.

O referido relatório foi apresentado  segunda-feira pelo deputado Armando Mango, e no decumento se destacam a proposta de criação de um fundo de pensão para os antigos combatentes e a atribuição de uma pensão  três vezes superior ao actual salário minimo da Função Pública, que é de 50.000,00fcfa, ao CLP, a partir do janeiro de 2022.

Falando sobre o assunto na sessão plenária que contou com a presença de 94 dos 102 deputados que compõem a ANP, Cipriano Cassamá considerou “vergonhosa” a falta de consenso entre membros da comissão formada e o facto de o debate sobre situação dos CLP ter sido adiada.

Cassamá lamentou que o problema não tenha sido levantado durante os cinco meses de trabalho da comissão antes da sessão de segunda-feira, 8 de novembro de 2021.ANG/LLA/ÂC//SG

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