China/ Concessão de vistos alargada a estrangeiros após quase três anos de bloqueio
Bissau,14 Mar 23 (ANG) - A China vai alargar a concessão de vistos a estrangeiros a partir de quarta-feira, quase três anos de suspensão na sequência da pandemia de covid-19, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do país.
Turistas com vistos
válidos emitidos antes de 28 de março de 2020, data em que foi decretado o
encerramento quase total das fronteiras chinesas a estrangeiros, vão voltar a
poder entrar no país asiático, informou, em comunicado, o departamento de
assuntos consulares daquele ministério.
Nos últimos meses, a
China voltou a atribuir vistos a alguns turistas de negócios, estudantes e
pessoas com familiares na China.
"Com o objetivo de
facilitar ainda mais o intercâmbio entre a China e o exterior", as
agências "vão voltar a processar vários tipos de vistos", referiu o
comunicado.
As autoridades chinesas
também anunciaram a retoma das políticas de entrada sem visto para quem viaje
até à ilha de Hainão, no sul do país, ou que entrem na cidade de Xangai, no
leste chinês, num navio de cruzeiro.
As embaixadas chinesas
em vários países, incluindo Estados Unidos, Luxemburgo, Canadá, Argentina e
Coreia do Sul, especificaram que os "vários tipos de vistos" citados
pelo departamento incluem vistos de viagem.
Na segunda-feira, a
embaixada chinesa em Lisboa anunciou que, também a partir de quarta-feira,
passageiros com destino à China oriundos de Portugal não terão mais de
apresentar um teste de ácido nucleico negativo para a covid-19 ao embarcar.
“Face ao desenvolvimento
da situação epidémica e à necessidade de facilitar as trocas de pessoal, a
partir de 15 de março de 2023, os passageiros dos voos diretos de Portugal para
a China estão autorizados a usar testes antigénio (incluindo autoteste), em vez
de testes de ácido nucleico”, conhecidos como PCR, lê-se no comunicado,
publicado em chinês, no portal da embaixada.
Portugal integra uma
lista de 32 países a partir de onde não é preciso mais apresentar um teste PCR
negativo para o vírus ao embarcar para a China.
Na sexta-feira, as
autoridades chinesas incluíram também Portugal num segundo lote de países para
onde vão permitir a realização de viagens de turismo em grupo.
No início de fevereiro,
Pequim voltou a permitir o turismo em grupo para cerca de 20 países, incluindo
destinos como Tailândia ou Indonésia. A partir de 15 de março, os turistas
chineses que viajarem em grupos organizados poderão visitar mais 40 países,
incluindo ainda Brasil, França ou Espanha.
Segundo dados facultados
à Lusa por Tiago Brito, o representante permanente do Turismo de Portugal na
China, mais de 385 mil chineses visitaram Portugal em 2019, o ano antes da
pandemia. Os turistas oriundos da China gastaram, no total, 224 milhões de
euros no país, um crescimento de 20% face a 2018.
A China, o maior emissor
de turistas do mundo, manteve as fronteiras encerradas durante quase três anos,
no âmbito da política de ‘zero casos’ de covid-19, que foi desmantelada, em
dezembro passado, após protestos ocorridos em várias cidades do país.
No âmbito daquela
política, quem chegava ao país tinha que cumprir um período de quarentena, que
chegou a ser de três semanas, em instalações designadas. O número de voos
internacionais foi reduzido até 2% face ao período anterior à pandemia.
A ligação aérea direta
entre Portugal e a China passou a ser feita apenas uma vez por semana. Até ao
início da pandemia, o voo realizava-se três vezes por semana.
ANG/Lusa
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