China/Xi Jinping reclama papel maior para a China após acordo entre Arábia Saudita e Irão
Bissau, 13 Mar 23(ANG) – O presidente chinês, Xi Jinping, reclamou hoje um papel maior para a China na resolução de questões internacionais, após Pequim ter sediado negociações que culminaram num acordo entre Arábia Saudita e Irão para restabelecer relações diplomáticas.
A
China deve “participar ativamente na reforma e construção do sistema de
governação global” e promover “iniciativas de segurança global”, disse Xi, no
encerramento da sessão anual da Assembleia Popular Nacional (APN), o órgão
máximo legislativo da China.
Xi
Jinping obteve, na sexta-feira, um inédito terceiro mandato como chefe de
Estado. Ele foi nomeado sem nenhum voto contra dos quase três mil delegados da
APN.
Uma
maior intervenção da China na governação internacional vai trazer “energia
positiva para a paz e desenvolvimento mundiais e criar um ambiente
internacional favorável ao desenvolvimento do nosso país”, disse Xi.
Ele
não deu detalhes sobre as ambições do Partido Comunista Chinês, mas Pequim
assumiu uma política externa cada vez mais assertiva, desde que Xi assumiu o
poder, em 2012.
O
líder chinês tem exigido mudanças no Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco
Mundial e outras entidades que Pequim diz não refletirem as necessidades e
desejos dos países em desenvolvimento.
O
Partido Comunista Chinês também utilizou o crescente peso da China, como a
segunda maior economia do mundo, para promover iniciativas de comércio e
construção de infraestruturas que os EUA, Japão, Rússia e Índia veem com
desconfiança, face à expansão da influência estratégica chinesa.
Pequim
suscitou preocupações nos Estados Unidos e Austrália, no início de 2022, quando
assinou um acordo de segurança com as Ilhas Salomão, que permitiria que navios
da marinha chinesa e forças de segurança estivessem estacionados na nação
insular do Pacífico Sul.
O
ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, alertou Washington, na
semana passada, sobre possíveis “conflitos e confrontos”, caso os Estados
Unidos não “mudarem de rumo” nas relações bilaterais, que se deterioram, nos
últimos anos, face a diferendos sobre Taiwan, direitos humanos, Hong Kong,
segurança e tecnologia.
No
discurso de segunda-feira, Xi Jinping utilizou por oito vezes o termo
“rejuvenescimento nacional”, parte da sua agenda para restaurar o papel da
China como líder económico, cultural e político a nível mundial.
Consagrando
o seu estatuto como o líder chinês mais forte desde o fundador da República
Popular da China, Mao Zedong (1949 – 1976), a nova equipa de governação nomeada
pela Assembleia Popular Nacional tem laços profissionais e pessoais antigos ao
líder chinês. Xi conseguiu assim afastar rivais e preencher os principais
órgãos do Estado com quadros da sua confiança.
Ele
afirmou que, antes de o Partido Comunista conquistar o poder, em 1949, a China
foi “reduzida a um país semicolonial e semifeudal, sujeito à intimidação por
países estrangeiros”.
“Finalmente,
eliminamos a humilhação nacional e o povo chinês é agora dono do seu próprio
destino”, disse Xi. “A nação chinesa levantou-se, enriqueceu e está a tornar-se
forte”, acrescentou.
Refletindo
o crescente papel da China em questões externas, Irão e Arábia Saudita
anunciaram, na sexta-feira, em Pequim, um acordo para restabelecer as relações
diplomáticas cortadas por Riade em 2016, após os ataques às suas sedes
diplomáticas no país persa.
A China
avançou, também, com um plano para a paz na Ucrânia, que os países ocidentais
desvalorizaram, por pôr “agressor e vítima” ao mesmo nível.
ANG/Inforpress/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário