Ucrânia/ China nega ter vendido armas à Rússia e diz estar empenhada na paz
Bissau,
07 Mar (ANG) – O ministro dos Negócios Estrangeiros da China negou hoje
que o
país tenha vendido armas à Rússia e defendeu que Pequim fez uma “avaliação
independente”, estando empenhado na paz na Ucrânia.
“O
que é que a China fez para ser ameaçada ou pressionada em relação a esta
crise”, questionou Qin Gang, em conferência de imprensa, à margem da sessão
anual da Assembleia Popular Nacional, o órgão máximo legislativo da China.
O
governante assegurou que a China não está diretamente envolvida no conflito,
nem forneceu armas ao país vizinho. “Nós publicamos um documento com propostas
para a paz”, lembrou.
Desde
o início da guerra na Ucrânia, Pequim tem tentado manter a “amizade sem
limites” com Moscovo e proteger as fortes ligações comerciais aos Estados
Unidos e países aliados, bem como a sua imagem global.
Pequim
recusou condenar a invasão e condenou a imposição de sanções à Rússia, mas
defendeu também a importância de respeitar a “integridade territorial de todos
os países”, numa referência à Ucrânia.
Em
fevereiro passado, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken,
disse ter evidências de que a China planeia fornecer armas à Rússia. Pequim
negou esta informação.
Qin
apontou que há “uma mão invisível que está a causar a crise na Ucrânia”, numa
referência implícita aos Estados Unidos. “Há quem se comprometa com a paz e há
quem ponha lenha na fogueira. Estamos do lado da negociação e da paz”,
sublinhou.
Na
proposta de Pequim para a paz, destaca-se a importância de “respeitar a
soberania de todos os países”, numa referência à Ucrânia, mas apela-se também
para o fim da “mentalidade da Guerra Fria”, termo frequentemente usado por
Pequim para criticar a política externa dos Estados Unidos.
“A
segurança de uma região não deve ser alcançada através do fortalecimento ou
expansão de blocos militares”, lê-se no documento, numa critica implícita ao
alargamento da NATO.
No
plano pede-se o fim das sanções ocidentais impostas à Rússia, medidas para
garantir a segurança das instalações nucleares, o estabelecimento de corredores
humanitários para a retirada de civis e ações para garantir a exportação de
grãos, depois de interrupções no fornecimento terem causado o aumento dos
preços a nível mundial.
A
proposta foi criticada pelo Ocidente por colocar “agressor e vítima” no mesmo
patamar. ANG/Inforpress/Lusa
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