“Sector dos serviços praticamente estagnado ”, refere
relatório da UNTAD
Bissau, 16 Dez 14 (ANG)
O Relatório da Organização das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento,
UNTAD, sobre os Países Menos Avançados (PMAs) referente ao ano em curso indica
que a produtividade do trabalho nos países como a Guiné-Bissau e Malawi, caiu para
uma taxa anual de 0.8 por cento.
Segundo este
documento apresentado hoje em Bissau pelo Escritório do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento, PNUD, a produtividade do trabalho no sector de
serviços “praticamente estagnou nos Países Menos Desenvolvidos, desde o início
da década de noventa, ao passo que noutros Países em Desenvolvimento, (OPD),
ela aumenta 1.8% ao ano.
Relativamente a
produtividade industrial, este informe da UNTAD avança que “continuou em
trajectória ascendente, apesar da crise de 2008-2009 nos PMAs exportadores de manufacturados,
mas caiu abruptamente nos PMAs, exportadores de combustíveis como o Chade, Iémen
e Guiné Equatorial, evidenciando a vulnerabilidade destes aos ciclos
internacionais “commodities”.
Sobre os Objectivos de Desenvolvimento do
Milénio, ODM, de acordo com os dois técnicos seniores do PNUD que apresentaram
este informe anual da UNTAD, os PMAs do continente asiático reduziram a pobreza
de 64 para 36 por cento entre 1990 e 2010, em conformidade com a meta de
reduzir para metade, a pobreza extrema até 2015.
Em relação aos Países
Menos Avançados de África e República de Haiti, o relatório indica uma redução
de pobreza moderada de 65 para 51 por cento.
Este documento
intitulado “Crescimento com Transformações Estruturais: Uma Agenda de
Desenvolvimento Pós-2015” , refere que o desempenho económico dos PMAs em
geral, alcançou uma taxa média de crescimento real do Produto Interno Bruto, (PIB),
de 5,6 por cento no ano passado, mais alta do que a taxa de crescimento dos
países Desenvolvidos que se situa no 1.2 por cento.
No que tange a
“Transformação Estrutural” o documento que analisa nomeadamente, o grau do
cumprimento das metas dos ODM nos Estados Menos Avançados, frisa que as suas
agriculturas continuam a representar a maior parte dos empregos, na ordem dos
65 por cento.
No entanto, esta cifra, conforme o relatório,
diminuiu em nove pontos percentuais desde 1991, indicando uma transformação
estrutural mais lenta em relação a Outros Países em Desenvolvimento, OPD, cuja proporção
de emprego agrícola diminuiu em 19 pontos percentuais.
Em representação do Secretário
de Estado do Plano e Integração Regional no acto, o antigo Ministro da
Economia, José Biai realçou a importância da apresentação pública deste
relatório e afirmou que servirá de um elemento de informação e de trabalho para
as autoridades da Guiné-Bissau.
Para o Director-geral
do Comércio e Concorrência, Jaimantino Có, a Guiné-Bissau que outrora exportava
os produtos como arroz, amendoim e coconote, deve repensar a sua política económica,
devendo o sistema financeiro jogar um papel importante, através de doação de créditos
de longa duração, aos operadores económicos.
Este relatório de UNTAD também recorda o fim
da conhecida “metas dos ODM até 2015” e dos novos Objectivos de Desenvolvimento
Sustentável, ODS, até 2030”.Visão esta que pretende, fundamentalmente, um
crescimento económico que tenha em conta o desenvolvimento humano e a utilização
racional dos recursos naturais.
Para além dos técnicos seniores do PNUD,
estiveram presentes no acto, os representantes das diferentes instituições públicas
e dos organismos internacionais sedeados na Guiné-Bissau.
ANG/QC/SG
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