sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Televisão Digital



Consequências e vantagens

Bissau, 05 Dez 14 (ANG) - A entrada da Televisão Digital Terrestres devera provocar mudanças profundas não só no aspecto audiovisual assim como na área institucional, revela a Estratégia Nacional de Transição da Televisão Analógica para a Digital, validada recentemente em Bissau.

Os actores institucionais (Ministério da Comunicação Social, a Secretaria de Estado dos Transportes e Comunicações, a Autoridade Reguladora Nacional (QRN) e o Conselho Nacional da Comunicação Social (CNCS) terão novo papel.

É no CNCS que os maiores impactos da era do digital serão sentidos entre os actores institucionais.

O CNCS deverá passar a ser a instituição que autoriza as licenças de abertura da rádio ou televisão em função do número de lugares disponíveis no multiplex. Essa função tem sido atribuída ao Ministério da Comunicação social.

O CNCS ainda deverá proceder ao controlo dos conteúdos difundidos a fim de assegurar o respeito das obrigações dos editores de programa em matéria de produção de conteúdos audiovisuais.

Este órgão autónomo que funciona junto ao parlamento guineense pronunciará igualmente sobre as sanções a aplicar em caso de faltas cometidas e poderá em colaboração com a ARN tomar medidas necessárias sobre os litígios que poderá haver entre os editores de programas e os operadores de difusão.

O Ministério da Comunicação Social e a Secretaria de Estado dos Transportes e Comunicações encarregar-se-ão da definição de políticas gerais e da regulamentação do sector, e a ARN procederá a consignação de frequências e controle de sua utilização para evitar interferências prejudiciais.

No quadro jurídico vão ser necessários a revisão da lei do exercício de actividade de  Televisão e do próprio CNCS a fim de se conformarem com as exigências  da TDT.

O quadro jurídico actual do sector audiovisual dispõe quatro leis mas os textos de aplicação da maioria delas ainda não estão elaborados.

As maiores consequências da criação da TDT para os telespectadores são as necessidades de mudar certas antenas não adaptadas e aquisição de dispositivo de recepção de sinal digital. Quer dizer, ou se adquire um descodificador para televisores analógicos ou um televisor concebido para a recepção de emissões em digital.

Segundo o roteio de transição até Maio de 2016 deixa de haver emissões analógicas na Guiné-Bissau.

A difusão de programas em digital apresenta várias vantagens tanto para os telespectadores como para os profissionais. A primeira é a utilização eficiente das frequências radioeléctricas.

Contrariamente ao modo analógico no qual cada cadeia de televisão utiliza uma frequência, o digital permite a difusão de várias cadeias (até 20 em função do formato de imagens) na mesma frequência.

Além da melhoria da qualidade de imagem e do som, o telespectador beneficiará de várias outras vantagens tais como a mobilidade e maior número de cadeias de televisão.

Outra grande vantagem da TDT é: a garantia de cobertura nacional e a redução dos custos ligados ao fraco consumo de energia e manutenção dos equipamentos.

A Televisão Digital Terrestre é uma técnica fundada na transmissão e difusão de imagens, sons e do texto sob formato digital, quando são transformados num código binário correspondente a sucessões de 0 e 1 como nos computadores. Torna fácil tratar (modificar, misturar, rectificar, gravar imagens e sons produzidos. Os dados digitalizados e comprimidos passam por um multiplexador e são difundidos sob forma de codificação apropriada.

A difusão digital faz-se nas bandas de frequências VHF (174-230 MHz) e UHF (470-862 MHz, conforme recomendações da União Internacional das Telecomunicações (UIT).


ANG/SG

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