Iniciada escolha de novo secretário-geral com processo mais transparente
Bissau, 16 Dez 15 (ANG)-A ONU deu início na terça-feira à escolha do seu
próximo secretário-geral, um processo que promete ser mais transparente e no
qual muitos países defendem a eleição de uma mulher para o cargo.
Pela primeira vez nos 70 anos de história da organização, a Assembleia-Geral - órgão no qual estão representados todos os países-membros da ONU -, receberá candidaturas e poderá entrevistar os pretendentes ao cargo de secretário-geral.
Essa fórmula contrasta com a tradicional, marcada por conversas a portas fechadas e nas quais os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança eram praticamente os únicos que tinham algo a dizer.
O Conselho de Segurança seguirá como órgão responsável pela recomendação de um pretendente depois de a Assembleia-Geral dar sinal verdade à candidatura. Mas, antes disso, eles poderão explicar os seus planos para todos os países-membros.
"Os membros estão pela primeira vez incluídos na discussão sobre o próximo secretário-geral", destacou Lykketoft em declarações de imprensa.
Após longas discussões, o Conselho de Segurança aprovou na terça-feira a nova fórmula proposta pela Assembleia-Geral numa resolução em Setembro. Desde o início, o objectivo era tornar mais transparente a escolha de um dos cargos internacionais mais importantes.
Não está claro, por enquanto, se essas mudanças afectarão o acordo não escrito que prevê que o posto de secretário-geral seja ocupado de forma rotativa por representantes das várias regiões do mundo.
A carta divulgada na terça-feira cita a "diversidade regional na seleção dos antigos secretários-gerais", o que, à princípio, indica que o modelo será mantido na próxima eleição.
Pela rotação, o próximo chefe da ONU deve proceder dos países do leste da Europa, algo defendido pela Rússia, um dos membros com poder de veto no Conselho de Segurança.
A carta também cita outra grande questão sobre o próximo secretário-geral: o desejo para que seja uma mulher.
"Convencidos da necessidade de garantir a igualdade de oportunidades para mulheres e homens no acesso a altos cargos de decisão, encorajamos os países-membros a considerar a possibilidade de apresentar mulheres como candidatas", disse o texto.
Neste caso, a Rússia também foi a principal de dar prioridade à escolha de uma mulher.
Frente à postura de Moscovo, outros países e o próprio secretário-geral, Ban Ki-moon, insistem em que, após 70 anos, é hora de uma mulher estar à frente da organização.
Por enquanto, há duas candidaturas oficiais ao posto, a dos ministros das Relações Exteriores da Croácia, Vesna Pusic, e da Macedônia, Srgjan Kerim, que presidiu a Assembleia-Geral da ONU entre 2007 e 2008, segundo disse hoje Lykketoft.
Também ganha força o nome de Irina Bokova, chanceler da Bulgária e actual directora da Unesco, embora as pretensões não tenham sido tornado públicas.
O actual secretário geral, Ban Ki-moon deixa a organização no final de 2016, após dois mandatos de cinco anos. ANG/Angop
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