Contagem regressiva para um acordo sobre destino do planeta
Bissau, 10 Dez 15(ANG)- Os negociadores sobre a mudança climática iniciaram esta quinta-feira uma contagem regressiva para concluir um acordo sobre o destino do planeta, com dúvidas sobre a ambição do texto histórico e críticas entre países ricos e em desenvolvimento.
Oficialmente, a Conferência de Paris sobre o Clima (COP21) termina na sexta-feira. Os 195 países passaram a madrugada de quinta-feira revisando o texto.
Três pontos devem provocar divergência até o fim da conferência.
O primeiro é a diferente responsabilidade dos países ricos e das nações em desenvolvimento.
O segundo é como financiar a luta contra o aquecimento global e o terceiro a ambição a longo prazo, ou seja, como reduzir as emissões de gases do efeito estufa e seguir para uma economia sem dependência das energias fósseis.
"Peço que não voltem a abrir os compromissos que já concluímos e que nos concentremos nos pontos políticos que ainda exigem um trabalho importante", disse o presidente da COP21, o chanceler francês Laurent Fabius.
Um novo texto será apresentado durante a sessão desta quinta-feira.
Negociadores e observadores concordam que mais da metade do trabalho está pronto, mas que o mais difícil ainda precisa ser definido. A questão não é mais se existirá ou não um acordo em Paris, mas que tipo de acordo.
"Estamos a viver um fenómeno que acontece em todas as negociações, um reposicionamento de todos os governos", declarou à AFP a presidente da organização World Wild Forum, a ex-ministra equatoriana Yolanda Kakabadse.
As posições se tornam mais rígidas, mas também surgem novas alianças, como a que uniu nas últimas horas a União Europeia, Estados Unidos e quase 100 países mais vulneráveis.
Os países mais afectados pelo aquecimento do planeta, como as ilhas ameaçadas pela elevação do nível dos oceanos, não estão dispostos a deixar escapar a oportunidade de um acordo que consideram de vida ou morte.
O tema que cristaliza a obsessão é o que praticamente domina o acordo de Paris: limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5ºC ou a 2ºC.
Estados Unidos e UE concordam neste ponto e, ao lado dos aliados menos desenvolvidos, desejam um acordo o mais ambicioso possível.
Mas as divisões voltam a aparecer em outros pontos entre ricos e pobres.
O centro das discussões em Paris passa pelas "responsabilidades comuns mas diferenciadas" que todos os países aceitaram na Cimeira da Terra do Rio de Janeiro em 1992 e que agora opõe os países emergentes e os desenvolvidos sobre quem deve assumir os custos.
ANG/RFI
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