Secretário-geral apela ao combate
ao racismo e à xenofobia
Bissau, 16 Ago 17 (ANG) - O secretário-geral das
Nações Unidas, António Guterres, instou na terça-feira ao combate ao racismo e
à xenofobia na sequência dos incidentes ocorridos no fim de semana em
Charlottesville (Virginia, Estados Unidos).
Guterres, que não é muito activo nas redes sociais,
publicou uma mensagem com esse apelo na sua conta oficial no Twitter pouco
depois de uma polémica conferência de imprensa protagonizada pelo Presidente
dos Estados Unidos, Donald Trump, em Nova Iorque.
“O racismo, a xenofobia, o antissemitismo e a
‘islamofobia’ estão a envenenar as nossas sociedades. Devemos combatê-lo.
Sempre. Em qualquer lugar”, assinalou o diplomata português.
A mensagem, que não fez referência a Trump nem a
ninguém em particular, foi publicada pouco depois das mais recentes declarações
do Presidente norte-americano sobre os incidentes na cidade de Charlottesville.
Trump defendeu, na terça-feira, a sua controversa
posição inicial sobre a violência em Charlottesville, numa manifestação
racista, afirmando haver erros dos dois lados.
“Penso que há erros dos dois lados”, disse Donald
Trump, referindo-se aos membros de extrema-direita que convocaram a
manifestação e aos manifestantes que lá se reuniram para os denunciar no
passado sábado.
Trump questionou se os dois lados não tiveram
responsabilidade sobre o que aconteceu e ao mesmo tempo que condenava os
neonazis afirmava que nem todos os que estavam no local eram neonazis ou
supremacistas brancos.
Numa primeira reacção ao caso, Trump classificou
como “terríveis” os acontecimentos em Charlottesville, mas sem mencionar de
forma directa os supremacistas brancos que tinham convocado a marcha, entre
eles David Duke, ex-líder do KKK (Ku Klux Klan, movimento de supremacia
branca), e vários elementos que exibiam símbolos relacionados com o regime
nazi.
A Casa Branca sentiu a necessidade de esclarecer no
domingo que o Presidente condenava “todas as formas de violência, intolerância
e de ódio” e “todos os grupos extremistas”, incluindo os movimentos associados
à supremacia branca.
No sábado, em Charlottesville, um jovem
supremacista branco, James Fields, matou uma mulher ao lançar o seu carro
contra participantes num protesto antirracismo. O ataque com o carro matou
Heather Heyer, de 32 anos.
Fields, descrito por um antigo professor de liceu
como um admirador de Adolf Hitler e da Alemanha nazi, foi acusado de homicídio
em segundo grau (intencional, mas não premeditado).
ANG/Lusa/Inforpress
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