Ministro
sul-africano ataca “turismo de saúde” dos líderes africanos
Bissau, 31 Ago 17 (ANG) – Um ministro
sul-africano criticou os líderes africanos que procuram tratamento médico no exterior,
condenando o “turismo de saúde” enquanto falava no Zimbabué num evento em que
mais de 30 ministros de saúde de África se reuniram para discutir estratégias
para enfrentar os problemas de saúde pública no continente.
O presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, que
frequentemente recebe tratamento em Singapura, deixou o encontro dos ministros da
saúde durante a intervenção de Motsoaledi.
Em declarações ao jornal Herald, o porta-voz
de Mugabe justificou que o médico do presidente “não é apenas zimbabuenses, ele
é realmente preto – ele é muito, muito, muito preto”. Insistindo que o
presidente Mugabe não estava a virar as costas à ajuda médica do país.
Também os líderes da Nigéria, Mohammadu
Buhari, e o ex-presidente angolano, José Eduardo dos Santos, foram criticados
por procurar tratamento médico no exterior este ano.
“Nós somos o único continente em que os seus
líderes procuram serviços médicos fora do continente, fora do nosso território.
Devemos ter vergonha por isso”, disse Motsoaledi acrescentando que “isso é
chamado turismo de saúde. Devemos promover o nosso próprio”, defendeu.
O médico elogiado pelos sul-africanos por
recorrer a hospital públicos em vez de clínica privada, exortou os governos a
aumentar o financiamento para as instalações locais.
A lista de chefes de estado africanos que
recentemente procuraram tratamento médico no exterior inclui o presidente
Muhammadu Buhari, da Nigéria, José Eduardo dos Santos de Angola, Robert Mugabi
de Zimbabué, Patrice Talon do Benin e o presidente argelino de 80 anos,
Abdelaziz Bouterflika.
Enquanto Motsoaledi argumentava na sessão
plenária, as suas observações foram recebidas com silêncio pelos outros estados
membros representados.
O ministro sul-africano reconheceu que a sua
posição é controversa, mas acrescentou que precisava de ser dito.
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