Persistem divergências sobre via para solução
Bissau,22
Dez 17 (ANG) - Os líderes políticos nacionais continuam divergidos sobre a via
para acabar com a crise política que assola o país há mais de dois anos, com uns
a defenderem a implementação do Acordo de Conacri e outros, o Roteiro
apresentado pelo Chefe de Estado guineense na Cimeira de Abuja.
O encontro
de busca de solução promovido por José Mário Vaz com os partidos políticos com
assento parlamentar e a comunidade intencional ficou marcada pelo abandono, sem
justificação, do representante da Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO).
Em
declarações à imprensa a saída do encontro, o vice-presidente da Assembleia
Nacional Popular, Inácio Correia e o Presidente do Movimento Nacional da
Sociedade Civil para Paz Democracia e Desenvolvimento Jorge Gomes convergiram
sobre a necessidade da implementação do Acordo de Conacri.
Inácio
Correia sublinha que é inadmissível retomar os trabalhos da plenária com um
governo ilegal.
O Presidente do Partido Africana da Independência
da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC), da União para Mudança (UM) opuseram-se ao Roteiro
apresentado por José Mário Vaz para saída da crise, pois consideram que tal
documento não pode, de forma alguma, substituir o Acordo de Conacri.
De acordo
com Domingos Simões Pereira, o Roteiro não possui qualquer enquadramento com o Acordo
de Conacri, uma vez que não chegou de ser objeto da discussão na Cimeira dos
chefes de Estado da Comunidade Económica do Estados da África Ocidental (CEDEAO)
que decorreu recentemente em Abuja.
A mesma
opinião foi partilhada pelos líderes dos partidos da Nova Democracia (PND) Iaia
Djaló e da Convergência Democrática (PCD) Vicente Fernandes.
O presidente
do Partido da Nova Democracia (PND) alega que o Roteiro em alguns aspectos entra
em colisão com a Constituição da República da Guiné-Bissau ao relegar as eleições
legislativas para 2019.
Por sua vez,
o líder do PCD revelou que o Presidente da Comissão da (CEDEAO) informou-lhes
de que José Mário Vaz aceitou a nomeação do novo primeiro-ministro, seguida com
a reabertura da Assembleia Nacional Popular e último caberá ao PAIGC decidir a
reintegração dos 15.
“Portanto, é
muita surpresa e tristeza que após o regresso soubermos que José Mário Vaz
recusou essas propostas”, lamentou.
Entretanto,
o líder da Bancada parlamentar do partido da Renovação Social PRS e os 15
deputados expulsos do PAIGC congratularam com iniciativa do Presidente da
República.
Certorio
Biote sustenta que o Roteiro reflete o Acordo de Conacri e que constitui um
instrumento ideal para a saída da crise.
Falando em
nome dos 15 deputados dissidentes do PAIGC, Braima Camara reforçou ainda
dizendo que o Roteiro enquadra-se no Acordo de Conacri e constitui uma
ferramenta capaz de tirar o país na situação em que se encontra atualmente.
Enquanto
isso, o Primeiro-ministro continua a dizer que dispõe ainda da confiança no
Chefe de Estado José Mário Vaz e da maioria dos deputados no parlamento
guineense.
ANG/LPG/ÂC/JAM
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