Líderes religiosos
tentam mediar crise política na Guiné-Bissau
Bissau, 28 Dez 17 (ANG) - Os líderes das várias
confissões religiosas na Guiné-Bissau iniciaram quarta-feira, uma série de
contactos com diferentes entidades políticas do país para tentar mediar o
impasse político, disse à Lusa fonte da igreja católica que lidera o processo.
Bispo de Bissau |
Segundo a mesma fonte, o pedido de mediação foi
feito pelo Presidente guineense, José Mário Vaz, e o grupo é liderado pelo
bispo de Bissau, José Camanté.
O grupo de religiosos iniciou ontem as consultas,
tendo sido recebido pelo líder do Partido Africano da Independência da Guiné e
Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira.
A saída do encontro na sede do PAIGC, em Bissau,
nenhuma das partes prestou declarações aos jornalistas.
A seguir, o grupo deve encontrar-se com o
presidente do Partido da Renovação Social (PRS), Alberto Nambeia, e de seguida
com o coordenador do grupo dos 15 deputados expulsos do PAIGC, Braima Camará.
“A tarefa que o Presidente incumbiu aos religiosos
é de tentar aproximar as partes”, declarou a fonte da igreja católica.
José Mário Vaz pediu aos líderes das igrejas
guineense no sentido de levarem as partes desavindas na crise que afeta o país
a entenderem-se para que se possa cumprir um roteiro de negociações.
O roteiro, que Vaz apresentou na ultima cimeira de
lideres da Comunidade Económica de Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) prevê a
nomeação de um novo governo, de consenso, mas desde que o PAIGC readmite nas
suas fileiras dos 15 deputados expulsos, sem condições.
A direção do PAIGC, porém, tem repetido que aceita
a reintegração dos deputados na sua bancada desde que retornem ao partido “como
simples militantes”.
A CEDEAO deu até um prazo de 30 dias, que deve
terminar a 16 janeiro próximo, para que haja um entendimento na Guiné-Bissau e
seja cumprido na integra o Acordo de Conacri, um instrumento que patrocina e
com o qual acredita que se possa terminar com a crise.
O Presidente guineense acredita que cumprido o
roteiro que elaborou o Acordo de Conacri será implementado.
A Guiné-Bissau vive uma crise política desde que,
em 2015, José Mário Vaz exonerou o governo do PAIGC saído das eleições realizadas
um ano antes. O atual governo, de iniciativa do Presidente, não é reconhecido
por quatro dos cinco partidos no Parlamento. ANG/Lusa
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