PGR acusa Supremo Tribunal de prejudicar processo de investigação de mortes
de Nino Vieira e Tagme na Wae
Bissau,28 Dez 17 (ANG) - O Procurador-geral da República
anunciou esta quarta-feira, 27 de dezembro 2017, que a investigação dos casos
de assassinatos de João Bernardo Vieira e Tagme Na Wai ficou prejudicado com a
decisão do Tribunal Constitucional (Supremo Tribunal de Justiça) que determinou
seis meses como prazo para a investigação desses casos.
Bacari Biai que falava numa entrevista exclusiva à
Rádio Sol Mansi, disse igualmente que a Guiné-Bissau é o primeiro país no mundo
a fixar prazo para investigação criminal.
“Sabemos que há processos complexos e pela
complexidade dos mesmos nunca foi fixada um prazo peremptório para uma
investigação criminal; é pela primeira vez na história do mundo e foi a
Guiné-Bissau a fixar um prazo”, explicou.
Biai disse que podem consultar jurisprudência do
Tribunal Constitucional Português não vão encontrar nenhum acórdão que fala do
prazo peremptório mas sim do prazo ordenador.
A investigação dos processos de
assassinatos de João Bernardo Vieira e Tagme Na Wai ficou prejudicado com o
acórdão de Tribunal Constitucional (Supremo Tribunal de Justiça) que considera
que prazos previstos no artigo 200 são prazos peremptórios. Sendo peremptórios,
passados seis meses o Ministério Público não pode investigar esses casos”,
justifica o Procurador.
Por outro lado, o procurador anunciou que o
Ministério Público vai entrar com um requerimento de nulidade da decisão do
Suprimo Tribunal de Justiça sobre o caso de João Bernardo Vieira.
“Houve uso ilegítimo por parte dos juízes do
Tribunal Constitucional porque existe excesso de pedido e o Ministério Público
vai entrar com um requerimento de nulidade daquela decisão por ter excedido no
seu pronunciamento”, avisa.
Entretanto, negou as acusações em como os elementos
do PRS não estão a ser investigados por serem supostamente do partido que
controla o Ministério Público.
“Não sei se o PRS está a controlar o Ministério
Publico porque os magistrados pela natureza das suas funções são apartidários.
Mas se há indícios sobre os elementos de PRS, serão investigados porque não
estão acima da lei, mas se não houver, não serão investigados”, diz.
No entanto, reconheceu que a instituição que dirige
é “parente” mais pobre do poder judicial.
ANG/O Democrata
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