Presidente
da República insta Baciro Djá a apresentar provas de que lhe devolveu o cheque
Bissau, 22 Jun 18(ANG) – O
Presidente da República instou ao ex. Primeiro-ministro Baciro Djá a apresentar
provas de que de facto lhe devolveu o cheque de 500 milhões de francos CFA
destinado à construção da Avenida João Bernardo Vieira.
“No dia em que eu pequei no
cheque entreguei-o ao então Primeiro-ministro na presença da comunicação
social. A história foi muito contada porque essa avenida é muito importante
para mim. Trata-se de uma pessoa que fez muito para a Guiné-Bissau. Se esse
então Primeiro-ministro disse que devolveu o cheque ao Presidente da República
deve, de facto, apresentar provas”, afirmou.
José Mário Vaz fez estas
declarações em entrevista coletiva que concedeu aos órgãos de comunicação
social, nacional e internacional, na
qual fez o balanço dos quatro anos de seu mandato a completar no sábado, 23 de
Junho.
Ao ser abordado sobre se
concorda com a nomeação do Procurador-Geral da República entre os seus pares,
José Mário Vaz, disse que ele funciona em estrita observância da Lei.
“O Presidente da República não
é fazedor da Lei. Isso compete a outro órgão da soberania. Eu sou um cumpridor
da Lei. Se porventura, a Lei diz que é assim, não tenho outra alternativa senão
cumprir. É essa a minha missão, cumprir a fazer cumprir a Lei. Não posso tomar
nenhuma decisão que esteja fora da Lei”, disse.
Questionado sobre como
justifica a mudança do projeto Mon Na Lama para a Fundação do mesmo nome, o
Presidente da República explicou que ele não nasceu hoje, acrescentando que
iniciou desde quando ele era ministro das Finanças.
“O Projeto Mon Na Lama é muito
importante e iria resolver dois problemas: a criação de emprego para jovens e
fixá-los na sua terra natal. Bissau não consegue aguentar todo esse êxodo rural
e entendemos que podíamos contribuir para que os jovens tivessem uma vida
melhor através daquela iniciativa”, disse.
José Mário Vaz contou que na
altura trabalhavam com muitos jovens e mandava os mesmos para alguns países a
fim de serem treinados para virem assumir o destino da economia do país,
começando pela agricultura, indo ao encontro das aspirações do fundador da
nacionalidade guineense, Amílcar Cabral.
“Depois da minha saída como
ministro das Finanças, tudo isso acabou. Cada um que vinha mudava os responsáveis
do projeto. A Fundação Mon Na Lama destina-se a permitir maior estabilidade do projeto.
É uma organização para atender a situação dos jovens, porque é de interesse
público, com autonomia administrativa e financeira e é mais estável. Um dia vou
convidar os jornalistas a visitarem o berço da Fundação e verem os trabalhos
que estão sendo feitos”, salientou.
O Presidente da República
frisou que neste momento, o objetivo é criar uma escola de formação para
preparar jovens interessados a ir para o campo, desenvolver a economia e serem
ricos, a partir de agricultura.
“Inicialmente, pensei que
fosse fácil, mas é difícil trabalhar na agricultura. É preciso uma dedicação
total para se ter sucesso. Nesta Fundação não se exclui ninguém por ser de um
ou outro partido, ser amigo ou não de quem quer que seja”, afirmou José Mário
Vaz.
ANG/ÂC//SG
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