Doentes queixam-se de falta de assistência no Hospital Simão Mendes
Bissau, 14 Jun 18 (ANG)
– Os doentes internados no Hospital Nacional Simão Mendes estão a queixar-se de
falta de assistência médica e medicamentosa em resultado da greve de três dias
decretada pela União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG).
Segundo o que apurou o
repórter da ANG junto ao maior estabelecimento sanitário do país, os doentes
internados afirmam que os serviços mínimos não estão a ser observados de forma
a garantir um atendimento aos pacientes.
O repórter constatou
que a maioria dos serviços afectos ao Hospital Simão Mendes estavam
inoperacionais tendo os pacientes a andarem de um lado para outro a procura de
assistência.
Um paciente grávida que
não quis identificar, lamentou o que estão a passar devido a greve da UNTG,
salientando que muitos doentes estão a abandonar o hospital para procurar
outras soluções, uma vez que não há pessoal médico suficiente para atender os
doentes.
“Estou desde as
primeiras horas da manhã e até agora não fui atendido porque o meu marido não
tem possibilidade de levar-me para clinica privada e muitas grávidas estão aqui
na mesma situação”, lamentou.
Por outro lado, um casal proveniente do sector
de Nhacra cujo filho padecia de febre alta, disse que foram atendidos graças aos
serviços dos Médicos sem Fronteira, porque senão o pior poderia acontecer.
O pai da referida
criança que igualmente pediu anonimato, afirmou que a greve decretada pela UNTG
é uma demostração clara de que os governantes só se interessam do povo no
momento das eleições.
O plano de serviço mínimo do Hospital Nacional Simão
Mendes, à que ANG teve acesso, prevé que os serviços de Urgência tenha um médico e dois enfermeiros, a Maternidade- uma
médica, duas parteiras e um enfermeiro, os Cuidados Intensivos - dois
enfermeiros e o Bloco Operatório - dois técnicos.
Os serviços de Primeira
e Quarta Medicina, Cirurgia Mulher, Cirurgia Homem, Ortopedia,
Orto-traumatologia, Oftalmologia, Nefrologia e Recobro Queimado, RX Banco de
Sangue e Pediatria ambos terão um enfermeiro cada para ajudar nos serviços
mínimos.
A ANG tentou falar com
os enfermeiros chefes sobre o impacto desta paralisação, mas sem sucesso, com a
alegação de que só podem falar mediante
uma autorização superior.
A segunda vaga de greve
decretada pela maior Central Sindical do país termina na próxima quinta-feira, e os
grevistas exigências reajuste
salarial aos funcionários públicos.
ANG/MSC/ÂC//SG
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