Mais de 200 casas destruídas por fortes ventos em Bissau
Bissau,29 Jun 18 (ANG) - Os fortes ventos e chuvas
que se registaram quarta-feira em Bissau provocaram a destruição de pelo menos
200 casas, disse quinta-feira o coordenador da proteção civil guineense, Alsau
Sambú.
O responsável disse que, para já, não pode
confirmar a ocorrência de mortes, mas os órgãos de comunicação social guineense
apresentam quinta-feira relatos de terem sido registadas algumas mortes devido
ao mau tempo em Bissau.
Várias pessoas deslocaram-se quinta-feira à sede da
proteção civil para apresentarem relatos de estragos causados pela intempérie.
Em fila indiana as pessoas indicaram aos técnicos da proteção civil relatos
sobre a queda de árvores, telhado que voaram, paredes de habitações que ruíram,
entre outras situações.
Várias famílias contaram que passaram a noite de
quarta-feira na casa de vizinhos ou em escolas.
Um popular explicou aos jornalistas que a casa onde
habita, no bairro de Antula, ficou sem a cobertura de zinco e "de repente
caiu um bloco de cimento por cima de uma criança", que acabou por falecer.
Outro homem disse aos jornalistas que um rapaz
morreu eletrocutado no bairro de Bandim.
Duas rádios comunitárias de Bissau, as vozes dos
bairros de Klelé e Antula, ficaram com as instalações danificadas e com as
antenas quebradas.
Alsau Sambú afirmou que "só na sexta-feira, o
mais tardar" é que a entidade saberá ao certo qual o grau dos estragos
materiais e "eventualmente vítimas humanas", deixados pelo mau tempo.
A proteção civil tem neste momento três equipas em
vários pontos de Bissau a recolher informações.
De acordo com os relatos, "choveu torrencialmente"
em Bissau, Bafatá e Gabu, no leste, indicou Sambu, apontando para um
"fenómeno que tem ocorrido desde 2014", que se caracteriza por ventos
fortes.
"Este ano está a ser particularmente
destrutivo na Guiné-Bissau com incêndios, inundações e ventos fortes",
Alfredo da Silva, perito ambiental guineense e
representante da União Internacional da Conservação da Natureza (UICN) disse
que os serviços da meteorologia não informaram a população "do prognóstico
de mau tempo que se avizinhava", mas também realçou que "cada vez
mais tem havido comportamentos errados da população sobre o ambiente".
O especialista defende que cada vez mais as casas
têm sido construídas em lugares abertos, que Bissau já não tem árvores como
dantes e as habitações são erguidas em zonas húmidas e ainda expostas ao vento.
"Há muita gente a construir mal", frisou
Alfredo da Silva apontando para "novos sinais de ataques ambientais"
por parte da população.
O responsável disse que a baixa de Bissau, por
exemplo, fica toda inundada cada vez que chove e que a própria precipitação tem
vindo a diminuir a cada ano.
ANG/LUSA
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