Governo quer demissões na concessionária da ponte que desabou em Génova
Esta terça-feira, parte da ponte Morandi, que fica
na autoestrada 10 (A10) em Génova, no norte da Itália, desabou e dezenas de
automóveis e camiões também acabaram por cair.
A Delegação do Governo de Génova, num comunicado na
internet, confirmou a morte de 37 pessoas, referiu ainda que 16 ficaram
feridas, 12 destas em estado grave.
Já o ministro das Infraestruturas, Danilo
Toninelli, disse numa mensagem na rede social Facebook que "os diretores
da Autostrade per l'Italia devem demitir-se antes de tudo" e avançou que o
Governo italiano "ativou todos os procedimentos para a possível revogação
das concessões e a imposição de uma multa de até 150 milhões de euros".
"Se não são capazes
de administrar as nossas autoestradas, o Estado o fará", disse Toninelli.
O ministro das Infraestruturas disse "num país
civilizado não se pode morrer por uma ponte que desaba" e reiterou que os
culpados "desta tragédia injustificável devem ser punidos".
"As empresas que administram as nossas
estradas embolsam as portagens mais caras da Europa, pagando concessões a
preços vergonhosos. Recebem milhares de milhões, pagam uns poucos milhões de
impostos e nem sequer realizam a manutenção necessária para as pontes e
autoestradas de ponte e estradas", explicou.
O ministro italiano disse que "o Fundo de
Emergência da Proteção Civil será usado para restaurar o sistema ordinário da
área afetada".
Para "a reconstrução da ponte Morandi"
que "precisava de manutenção ao longo de décadas, serão utilizados
recursos do Plano Económico e Financeiro das Autoestradas, que será discutido
em setembro, e outros recursos de dois fundos dedicados a intervenções de
infraestrutura será usada".
Toninelli disse que o Governo vai desenvolver
"um verdadeiro plano Marshall" para garantir o bom estado das
infraestruturas do país e considerou o dever de o Estado "usar o dinheiro
público para manter essas vias vitais do país, em vez de desperdiçá-lo em
grandes obras inúteis".
A notícia da queda da ponte fez com que a Atlantia
afundasse na bolsa de valores de Milão na terça-feira, tendo caído mais de 10%
e viu a sua cotação suspensa, ainda que tenha fechado com uma queda de 5,39%.
ANG/Lusa
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