ONG preocupado com cultivo de produtos geneticamente modificados
Bissau,29 Ago 18 (ANG) - A organização
não-governamental guineense Tiniguena está preocupada com aquisição de
"grandes quantidades de terras aráveis" pelas multinacionais que as
usam para cultivo de produtos geneticamente modificados, desconhecidos pela
população do país.
A preocupação foi transmitida terça-feira à agência Lusa por Ericson Mendonça e Welena da Silva, juristas ligadas a Tiniguena (expressão que quer dizer esta terra é nossa, num dos dialetos guineense), ONG que se destaca na defesa do património biológico e recursos naturais da Guiné-Bissau.
Ericson Mendonça disse que "as multinacionais estão a comprar terras em grande quantidade" na Guiné-Bissau "para agroindústria bio". "Mas de bio aquilo não tem nada. Aquilo é tudo organismos geneticamente modificados", disse, salientando que em Bafatá, uma empresa adquiriu uma grande quantidade de terras onde está a utilizar sementes geneticamente modificadas.
Welena da Silva, docente na Faculdade de Direito de Bissau, conhecido estudioso guineense de questões ligadas ao ambiente, urbanismo e energia, alerta para "um outro risco" para um subtipo da agricultura que é praticada pela maioria da população camponesa do país.
"Os camponeses costumam guardar as suas sementes para anos seguintes, mas os OGM não podem ser guardados, pois estragam-se e isso pode dar cabo da agricultura familiar", notou Welena da Silva.
Os dois juristas lembram o caso de uma multinacional "que quase assinou um contrato" com o Governo da Guiné-Bissau, em 2011, para aquisição de terras para plantação de jatrofa, que seriam utilizados para produção de biocombustíveis, a partir de plantas geneticamente modificados.
"Seria uma área igual a cerca de cinco campos de futebol", lembraram os dois juristas, para acrescentar que o contrato não foi adiante por causa da pressão da Tiniguena.
Welena da Silva e Ericson Mendonça não têm dúvidas de que permitir aquele contrato seria autorizar que se dessem cabo de extensas bolanhas (arrozais), mas também colocar em causa os lugares de práticas ancestrais das populações daquelas zonas, observaram.
"As multinacionais veem a Guiné-Bissau como um Estado frágil, económica e politicamente, entram aqui e fazem o que querem", defendeu Ericson Mendonça, citando um estudo feito pela Tiniguena em relação a sete situações de "açambarcamento de terras" por empresas estrangeiras "de intenções duvidosas".
A preocupação foi transmitida terça-feira à agência Lusa por Ericson Mendonça e Welena da Silva, juristas ligadas a Tiniguena (expressão que quer dizer esta terra é nossa, num dos dialetos guineense), ONG que se destaca na defesa do património biológico e recursos naturais da Guiné-Bissau.
Ericson Mendonça disse que "as multinacionais estão a comprar terras em grande quantidade" na Guiné-Bissau "para agroindústria bio". "Mas de bio aquilo não tem nada. Aquilo é tudo organismos geneticamente modificados", disse, salientando que em Bafatá, uma empresa adquiriu uma grande quantidade de terras onde está a utilizar sementes geneticamente modificadas.
Welena da Silva, docente na Faculdade de Direito de Bissau, conhecido estudioso guineense de questões ligadas ao ambiente, urbanismo e energia, alerta para "um outro risco" para um subtipo da agricultura que é praticada pela maioria da população camponesa do país.
"Os camponeses costumam guardar as suas sementes para anos seguintes, mas os OGM não podem ser guardados, pois estragam-se e isso pode dar cabo da agricultura familiar", notou Welena da Silva.
Os dois juristas lembram o caso de uma multinacional "que quase assinou um contrato" com o Governo da Guiné-Bissau, em 2011, para aquisição de terras para plantação de jatrofa, que seriam utilizados para produção de biocombustíveis, a partir de plantas geneticamente modificados.
"Seria uma área igual a cerca de cinco campos de futebol", lembraram os dois juristas, para acrescentar que o contrato não foi adiante por causa da pressão da Tiniguena.
Welena da Silva e Ericson Mendonça não têm dúvidas de que permitir aquele contrato seria autorizar que se dessem cabo de extensas bolanhas (arrozais), mas também colocar em causa os lugares de práticas ancestrais das populações daquelas zonas, observaram.
"As multinacionais veem a Guiné-Bissau como um Estado frágil, económica e politicamente, entram aqui e fazem o que querem", defendeu Ericson Mendonça, citando um estudo feito pela Tiniguena em relação a sete situações de "açambarcamento de terras" por empresas estrangeiras "de intenções duvidosas".
ANG/Lusa
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