sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Legislativas de novembro


PRS diz ter “sérias dúvidas” sobre  realização do escrutínio 

Bissau, 24 ago 18 (ANG) – O Partido da Renovação Social (PRS), segunda força política no parlamento guineense, declarou quinta-feira ter "sérias dúvidas" quanto à realização de eleições legislativas a 18 de novembro e acusou o primeiro-ministro de "distração e incompetência".
 
Em conferência de imprensa, o porta-voz dos renovadores, Victor Gomes Pereira mostrou-se preocupado relativamente a forma como o Governo está a conduzir o processo de realização das eleições legislativas de 18 de Novembro.

“Já estamos há três meses das eleições e ainda sem início a vista do recenseamento eleitoral, que aliás foi marcado de forma atrapalhada. Cremos estar em condições de afirmar que o recenseamento eleitoral não terá lugar na data estipulada, por actos de distracção, incompetência e joguinhos políticos por parte da entidade responsável”, acusou.
Pereira afirmou que os órgãos competentes em matéria de eleições passaram a se submeter aos superiores do PAIGC, mais do que a Lei que dita as suas competências.

"O recenseamento é um ato administrativo do Estado e não de partidos, pelo que é inadmissível que as acções fulcrais ditadas por Lei e ligadas a ela, estejam a ser decididas na sede do PAIGC", referiu.

O porta-voz do PRS indica como exemplo flagrante desta situação, a tomada de posse dos governadores regionais e administradores sectoriais, na sede do PAIGC, acrescentando que, como se isso não bastasse, assistiu o abusivo recrutamento dos membros das Comissões de Recenseamento e das Brigadas compostas essencialmente por militantes de PAIGC.

Victor Pereira afirmou que não vão ficar indiferentes e assistir estes atropelos por culpa dos alegados responsáveis, cuja tarefa de grande responsabilidade esteja a pautar-se por falta de integridade e responsabilidade.

Salientou que estes actos são abusivos, e evidenciam ações de propaganda, tipicamente eleitoralistas, quando o dever de actuação lhes convida a moderação e reserva, para que não transpareça a mínima suspeita.

Referiu  que o Primeiro-ministro fora interpelado recentemente pelos deputados quando voltou de Bruxelas e da Sub-região, e  defendeu afincadamente que as eleições iam ser realizadas no dia 18 de Novembro, com respeito a todas as datas intermédias.

“E, estranhamente, o Primeiro-ministro vem agora justificar que foi a resistência do PRS em defender a produção local dos cartões eleitorais que originou o atraso no cumprimento dos prazos quanto aos actos prévios ao recenseamento, por este cenário ser demasiadamente caro”, disse. 

Victor Pereira sublinhou que o Primeiro-ministro quer responsabilizar o Partido de Renovação Social dos eventuais atrasos, que podem vir a comprometer a data de eleições, quando que os renovadores estavam só a defender a legalidade.

Acusou ainda  Aristides Gomes de ter anulado o contrato estabelecido com o Programa das Nações para O Desenvolvimento (PNUD), relativo a aquisição de Kits de recenseamento, pelo que agora estão dependentes da boa vontade da Nigéria e de Timor-Leste,para o efeito, para os facultar os códigos dos dispositivos electrónicos das eleições passadas para a sua configuração e que nunca mais chegam. 

Os renovadores qualificaram estes atrasos de atrapalhadas e potenciadora de conflitos, frisando que a situação evoluiu até este ponto porque o Primeiro-ministro o permitiu. 

O porta-voz do PRS endereça essa preocupação do partido ao Presidente da República, tendo em conta o risco de não ser respeitado  o seu decreto que marcou a data de 18 de Novembro para a realização das eleições.

Por sua vez, o Vice Presidente do PRS, Orlando Viegas, exortou o Governo para procurar  soluções consensuais para actos eleitorais susceptíveis de provocar estrangulamentos no desenrolar do processo eleitoral.   

ANG/CP/ÂC//SG

 

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