Cimeira Donald Trump /Kim Jong-un termina sem acordo
Bissau, 01 Mar 19 (ANG) - A cimeira entre
o presidente dos Estados Unidos e o líder da Coreia do Norte terminou esta
quinta-feira, em Hanói, sem que fosse alcançado qualquer acordo.
Na conferência de imprensa após o encontro
entre os dois líderes, Donald Trump disse não estar disposto a "abdicar de
todas as sanções" sobre a desnuclearização, ao contrário do que Kim Jon-un
pretendia.
A assessora de imprensa da Casa Branca,
Sarah Sanders, adiantou que a segunda cimeira entre Donald Trump e Kim Jong-un foi encurtada e o almoço
previsto entre os dois líderes não se realizou.
No início das negociações, ambos admitiram
a abertura de gabinetes de ligação nos dois países, enquanto Kim afirmou estar
disposto à desnuclearização. "Ele não fará testes nucleares. Confio na sua palavra",
garantiu Trump. O presidente norte-americano disse desejar um bom acordo, mas
indicou não ter pressa.
Durante a conferência de imprensa, disse
que "ainda não era uma boa altura para assinar alguma coisa". "Não podíamos abdicar de todas as
sanções" como o presidente da Coreia do Norte pretendia, adiantou.
Ainda assim, reforçou que a relação com
Kim é "muito forte". "Nós não desistimos de nada",
garantiu, revelando-se ansioso para futuras negociações com o líder
norte-coreano. "Têm um tremendo potencial, inacreditável", reforçou
Donald Trump. Mas ainda não se compromete com uma terceira cimeira.
O presidente dos EUA aproveitou ainda a
oportunidade para sublinhar que "muitos presidentes (anteriores) deveriam
ter feito isto" - referindo-se à ligação que tem atualmente com Kim Jon-un
- "mas ninguém o fez". "E eu não estou a criticar a
administração Obama, mas muitas administrações", remata.
Também questionado sobre se o presidente
sul-coreano Moon Jae-in tinha atingido um ponto difícil quando se trata de
trabalhar a paz na península coreana, o presidente Trump disse que falaria com
este líder na quinta-feira. "Iremos contactar o presidente Moon muito em breve, assim que eu entrar no
avião", disse. "Ele está a trabalhar arduamente e adoraria ver um
acordo".
Reagindo aos resultados da cimeira, a presidência sul-coreana alega ser "de
lamentar" a falta de acordo entre o líder da Coreia do Norte e o
presidente norte-americano. Já a China exprimiu o desejo de que o diálogo
prossiga entre Washington e Pyongyang alegando que nem tudo pode ser revolvido
"do dia para a noite".
Na sequência do fiasco da Cimeira de Hanói o índice da Bolsa de
Seul fechou mesmo com um recuo de 1,7% e a divisa sul-coerana, o won, também
perdeu terreno face ao dólar.
As reacções internacionais foram de pesar da parte da Coreia do
Sul. O porta-voz da presidência sul-coreana emitiu um comunicado ser "de
lamentar" a falta de um acordo entre os protagonistas da cimeira da capital
vietnamita.
"Parece
claro que muitos progressos significativos foram realizados, mais que em
qualquer outro momento no passado", ressalva, porém, Kim
Eui-kyeom, porta-voz da presidência sul-coreana.
Já Pequim, o principal aliado de Pyongyang, apelou à prossecução
do diálogo salientando que o dossier nuclear norte-coreano não pode ser
resolvido "do dia para a
noite".
Por seu lado na conferência de imprensa de encerramento da
cimeira Donald Trump, presidente norte-americano, atribuíu à exigência
norte-coreana do levantamento integral das sanções a responsabilidade do
fracasso negocial em Hanói.
José Pedro Matias, enviado à capital vietnamita da Plataforma
Global Media, acompanhou as duas cimeiras Estados Unidos / Coreia do Norte de
Singapura e de Hanói.
Ele admite que desta reunião pouco ou nada de tangível se
alcançou, à parte a proximidade afectiva que quiseram testemunhar os dois
dirigentes.
ANG/DN/Inforpress
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