quinta-feira, 28 de julho de 2022

  China/ Pequim ameaça Estados Unidos em caso de visita de Pelosi a Taiwan

 Bissau, 28 Jul 22 (ANG) O governo de Pequim ameaçou, quarta-feira, os Estados Unidos de represálias caso a Presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, efectue a visita oficial a Taiwan, que segundo certos órgãos de comunicação pretende realizar no mês que vem.

"Se os Estados Unidos persistirem em desafiar a linha vermelha da China com esta visita a Taiwan, enfrentarão medidas firmes em resposta e terão de assumir todas as consequências", disse o porta-voz da diplomacia chinesa Zhao Lijian respondendo a um jornalista sobre o possível aumento das actividades do exército americano na Ásia em caso de visita da Presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi a Taiwan.

Se os Estados Unidos, como a maioria dos países, não reconhecem oficialmente Taiwan, Washington, sempre apoiou a ilha e o seu estatuto democrático, sendo o seu maior fornecedor de armas.

Na semana passada, o Presidente americano Joe Biden considerou que esta visita "não era uma boa ideia". Apesar de não confirmar a visita a Taiwan, prevista em Agosto segundo alguns órgãos locais, Nancy Pelosi declarou que " é importante para os Estados Unidos que mostrem o seu apoio a Taiwan."

A China opõe-se firmemente a esta visita, considerando que Taiwan continua a ser uma das suas províncias históricas, e que uma visita do governo de Washington seria uma forma de provocação.

Refira-se que nos últimos anos, Pequim aumentou a pressão sobre a ilha de 24 milhões de habitantes face ao aumento do apoio americano, efectuando nomeadamente incursões na zona de defesa aérea de Taiwan.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o homólogo chinês, Xi Jinping, têm hoje, quinta-feira, uma conversa telefónica para falar sobre a situação em Taiwan, a guerra na Ucrânia e as questões económicas. A conversa acontece num momento em que se fala de uma possível visita a Taiwan da líder da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, em Agosto, situação que está a gerar tensão entre Washington e Pequim.

Este diálogo foi anunciado no mês passado pelo conselheiro diplomático da Casa Branca, Jake Sullivan, à margem da cimeira do G7 na Alemanha.

Na agenda da conversa estão diversos assuntos comerciais, nomeadamente as taxas impostas pelos Estados Unidos aos produtos fabricados na China, por um valor de 34 mil milhões de dólares, e a guerra na Ucrânia.

No entanto, outro assunto controverso a ser abordado pelos dois líderes políticos é a eventual viagem de Nancy Pelosi à ilha de Taiwan.

Embora a representante não tenha fornecido quaisquer detalhes a respeito da sua viagem, nem sobre os assuntos que dominam a sua agenda, o presidente norte-americano Joe Biden veio a público desaconselhar a visita à ilha "neste momento".

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, recusou-se a dar declarações oficiais a respeito do tema, mas assegurou que os militares já estão a trabalhar num plano de segurança para a representante, num contexto de ameaças “severas” por parte de Pequim a qualquer tentativa externa de desafiar a soberania chinesa sobre Taipei.

Em resposta a estas declarações, Taiwan começou a realizar manobras militares ao largo da sua costa.

Refira-se que os Estados Unidos não têm “relações diplomáticas” com Taiwan, mas são obrigados, pela lei americana, a fornecer à ilha os meios para se defender em caso de um eventual ataque externo. ANG/RFI

 

Sem comentários:

Enviar um comentário