quarta-feira, 27 de julho de 2022

       RDC/Pelo menos 15 mortos em protestos contra a missão da ONU

Bissau, 27 Jul 22 (ANG) - Pelo menos 15 pessoas morreram, desde segunda
-feira, nos protestos desencadeados no nordeste da República Democrática do Congo contra a missão de paz das Nações Unidas no país, incluindo 12 civis e três membros da missão, confirmou o governo.

“No total, desde (terça-feira) lamentamos a morte de 15 pessoas, incluindo 12 civis e três capacetes azuis (segundo a ONU, no entanto, foi um capacete azul e dois polícias militares), que morreram em Butembo", disse o porta-voz do governo em conferência de imprensa.

"Em Butembo, contamos sete civis mortos. Também 61 feridos que estão distribuídos em diferentes hospitais na província de Kivu do Norte (nordeste), principalmente em Goma (capital da província)", acrescentou o porta-voz.

Segundo o presidente da Sociedade Civil de Goma, John Banyene, as mobilizações começaram no sábado e levaram ao assalto e saque de algumas instalações da missão de paz das Nações Unidas (MONUSCO) na cidade na segunda-feira.

Manifestantes saíram às ruas para exigir a retirada da missão da ONU criada há mais de duas décadas acusando-a de ineficiência diante da violência que assola o leste da RDC, onde actuam pelo menos 122 grupos rebeldes, segundo o jornal Barómetro de Segurança Kivu (KST).

"Reitero que a missão está na RDC a convite do governo para ajudar a proteger os civis e promover a estabilidade", disse o chefe interino da missão de paz das Nações Unidas, Khassim Diagne.

O porta-voz da ONU, Farhan Haq, confirmou na terça-feira em conferência de imprensa que, "centenas de pessoas" participaram nos ataques contra várias instalações da organização, nomeadamente contra a sede do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Goma, onde foram "repelidas" por seguranças.

A população construiu barricadas em diferentes pontos da cidade, além de acender fogueiras em frente a alguns prédios da ONU, enquanto grande parte dos trabalhadores da organização na província teve que ser retirada.

O ataque ocorreu depois de o presidente do Senado congolês (Câmara Alta), Modeste Bahati Lukwebo, ter, em meados de Julho, acusado a MONUSCO de não ser eficaz, exigindo a sua retirada.

Desde 1998, o leste da RDC está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e ataques de soldados do Exército, apesar da presença da missão da ONU, com cerca de 14.000 soldados. ANG/Angop

 

Sem comentários:

Enviar um comentário