França/Ex-autarca rwandês condenado a 20 anos de cadeia por cumplicidade no genocídio
Bissau, 13 Jul 22 (ANG) – Um ex-presidente de câmara ruandês,
Laurent Bucyibaruta, foi,terça-feira, condenado por um tribunal de Paris, após
uma deliberação que se prolongou por 11 horas, a 20 anos de prisão por
cumplicidade no genocídio no Rwanda.
A condenação ocorre cerca de 28 anos após o genocídio que visou
os tutsis no Rwanda.
O ex-alto funcionário, de 78 anos, foi absolvido como autor do
crime de genocídio, mas considerado culpado como cúmplice de genocídio e crimes
contra a Humanidade em quatro massacres, na localidade de Gikongoro, de que era
presidente de câmara.
Esta região do sul do Rwanda foi uma das mais atingidas pelo
genocídio que matou pelo menos 800 mil pessoas no país entre Abril e Julho de
1994, segundo a ONU.
O tribunal absolveu Laurent Bucyibaruta das acusações de
genocídio e crimes contra a humanidade cometidos na paróquia de Kibeho em 14 de
Abril de 1994, bem como das execuções de prisioneiros tutsis na prisão de
Gikongoro.
Todavia, considerou-o culpado, enquanto cúmplice, de genocídio e
crimes contra a Humanidade pelos massacres da escola em construção em Murambi e
nas paróquias de Cyanika e Kaduha, todos cometidos em 21 de Abril de 1994.
Laurent Bucyibaruta foi ainda condenado por cumplicidade nos
crimes das execuções de estudantes da escola Marie Merci em Kibeho, e os
cometidos durante as rondas e bloqueios de estradas.
A defesa tinha pedido a absolvição de todas as acusações.
Na sua última declaração aos magistrados e jurados antes de
estes se retirarem para deliberar, o ex-alto funcionário insistiu que
"nunca esteve do lado dos assassinos".
Laurent Bucyibaruta é o mais importante funcionário rwandês a
ser julgado na França por crimes relacionados com o genocídio tutsi, após as
condenações finais de um militar e outros dois presidentes de câmara, e a
condenação em primeira instância de um motorista que recorreu da condenação.
Laurent Bucyibaruta tem dez dias para recorrer da condenação.ANG/Angop
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