São Tomé e Príncipe/Falta de
recenseamento para eleições legislativas
exclui "7 a 8 mil jovens"
Bissau, 12 Jul 22
(ANG) -As eleições legislativas de 25
de Setembro em São Tomé e Príncipe podem excluir 7 a 8 mil jovens e
quem mudou de casa desde as eleições presidenciais, segundo o activista Óscar Baía
relata em entrevista à RFI.
São Tome e Príncipe
celebra hoje o quadragésimo sétimo aniversário da sua independência, com o país
a preparar-se para eleições legislativas em Setembro.
Oscar Baía, ativista
e analista são-tomense, diz em entrevista à RFI que há sete ou oito mil jovens
no país que não vão poder votar caso não se realize um novo recenseamento
eleitoral, algo a que a Comissão Eleitoral Nacional se opõem, muitos jovens
serão excluídos do escrutínio.
"O recenseamento
eleitoral feito há um ano não dá para contemplar cerca de 7 ou 8 mil
jovens que ganharam direito de eleger e serem eleitos para as eleições de 25 de
Setembro, houve um pecado imperdoável por parte da Assembleia Nacional, não
obstante que o Presidente da República já prevendo esta situação, ter
convocado as eleições com seis meses de antecedência", disse
Óscar Baía.
Quanto ao resultado
destas eleições, o activista e antigo deputado considera que não haverá uma
maioria absoluta devido à aparição de novos partidos na cena política e
esperando que não seja feito um Governo de coligação, com os acordos para uma
maioria a passarem pela Assembleia.
"A expectativa é
que a próxima Assembleia Nacional tenha mais cores políticas e nestas eleições,
há partidos que estão a pedir a maiora absoluta, eu não acredito [...] que
haverá maioria absoluta, porque há novos partidos. O que se espera é uma nova
geringonça, mas eu espero que não havendo, o partido maioritário consiga
convencer com acordos de incidência parlamentar e governe sozinho",
indicou o activista.
Quanto à escassez que
já se sente em muitos países devido à pandemia de covid-19 e ao conflito entre
a Ucrânia e a Rússia, Óscar Baía relata que a nível dos combustíveis se vai
começar a fazer sentir.
"O fornecimento
de energia está a ser a conta-gotas porque o fornecimento de combustível à
unica empresa de electricidade que temos no país é feito contra dinheiro
porque a empresa não tem condições porque o Estado deve à empresa, o
fornecedor tem de ter garantias daí que ja se começa a sentir alguma
escassez", explicou.
Também na
alimentação, já se sentem alguns impactos.
"Em termos de
alimentos, ainda vamos aguentando, não há ruptura de stocks. Sobretudo no que
diz respeito aos cereais, em que a Ucrânia e a Rússia são os principais
exportadores, muito brevemente começaremos a sentir. O preço do pão, embora não
se tivesse aumentado o preço do pão, mas diminuiu-se consideravelmente o
tamanho do pão", indicou.
Para o futuro do país, no 47º aniversário da independência, Óscar Baía diz que São Tomé e Príncipe precisa de "uma refundação democrática".
ANG/RFI
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