Mali/ Junta militar suspende rotações militares da Minusma em
clima de nova controvérsia
Bissau, 15 Jul
22 (ANG) - O Mali suspendeu quinta-feira, com efeito imediato, as rotações
militares da Minusma, Missão das Nações Unidas no Mali, e a decisão marca um novo patamar no mal-estar
entre a junta militar no poder desde 2020 e os parceiros do Mali.
Anunciada em comunicado, a decisão
vigora «até à organização de uma reunião» pelo Mali com
a Minusma. As autoridades malianas que não comunicaram para já uma data
para este encontro referem pretender «facilitar uma coordenação e a regulamentação» das
actividades dos cerca de 12 mil soldados e mais de 1.700 polícias vindos de 50
países envolvidos na missão da ONU.
A junta militar maliana invocam para
justificar esta decisão «um contexto de segurança nacional».
Isto sucede cinco dias depois de as
autoridades malianas procederem à detenção de 49 militares da Costa de Marfim
que acusam de serem «mercenários» que tinham a intenção
de «quebrar
a dinâmica da refundação» do Estado Maliano.
Todavia, Abidjan que desde domingo tem
exigido a libertação imediata desses militares, alega que eles estavam
destacados no Mali na qualidade de Elementos Nacionais de Apoio, ou seja
elementos exteriores que asseguram um apoio logístico à missão. Uma versão
confirmada na terça-feira pelo porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq.
Trata-se de um novo episódio do mal-estar que se tem instalado
entre a junta militar e os parceiros do Mali e nomeadamente a Minusma.
Presente no país desde 2013, a missão viu o seu mandato renovado
por mais um ano no passado dia 29 de Junho mas com a «oposição firme» do Mali
à liberdade de circulação dos capacetes azuis no âmbito das suas investigações
sobre os Direitos do Homem no país. Isto num contexto em que têm sido numerosas
as acusações de violências alegadamente cometidas pelas forças armadas malianas
como pelos paramilitares do grupo russo Wagner que estão presentes no país. ANG/RFI
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