Bissau, 15 Jul 22(ANG) –
A Guiné-Bissau é dos países mais pobres e com declínio
persistente na saúde e educação, refere o Relatório Nacional Voluntário sobre o
desenvolvimento sustentável.
Refere que,
desde a independência, o
país tem sofrido com a instabilidade política “crónica”, que dificultou o combate à
pobreza.
“Além disso, há um
declínio persistente no investimento em serviços sociais essenciais, como saúde
e educação, com a pobreza a afetar principalmente as mulheres”,
lê-se no documento.
O
relatório indica que apesar
dos investimentos feitos em 2021, no
âmbito do combate à pandemia, nos
setores da saúde e da educação, os gastos “continuam insuficientes para colmatar as disparidades
e garantir o acesso à serviços básicos de qualidade para todos”.
Acrescenta
que, com o atual contexto mundial pode reduzir “ainda mais a
margem de manobra orçamental já limitada para aumentar as despesas e os
investimentos sociais.
De acordo com o relatório, apesar
de a Guiné-Bissau
ser um país rico em recursos
naturais e com boas terras para a prática agrícola, a “percentagem de agregados familiares com
insegurança alimentar é mais elevada nas zonas rurais, onde a desnutrição
crónica também é mais comum”.
“Em crianças menores de 5 anos, a taxa de
desnutrição aguda excede os 6%”, refere o documento, salientando que a
taxa de desnutrição crónica é de 28% e superior a 30% nas regiões de Oio,
Bafatá e Gabu.
O relatório sublinha que
apenas 53% das crianças menores de 6 meses são amamentadas e que 46% das
mulheres e meninas entre os 15 e 49 anos sofrem de anemia.
Dados do Ministério da
Saúde, citados no relatório, indicam que em 2015,
a taxa de mortalidade materna foi de 560 por 100.000 mulheres e em 2021
aumentou para 667, por
100.000 devido ao impacto da Covid-19,
à greves gerais registas na função pública e à fragilidade do sistema nacional
de saúde.
No país, segundo o relatório,
mais de 50% das pessoas com mais de 15 anos são analfabetas e apesar de a taxa
de frequência escolar até ser elevada, a pobreza, insegurança alimentar,
trabalho infantil, normas discriminatórias contra meninas, falta de
infraestruturas escolares e professores qualificados continuam a ser obstáculos
à escolarização.
As mulheres apesar de
representarem a maioria da população na Guiné-Bissau continuam a ser o segmento
mais vulnerável da sociedade, estando expostas a várias formas de violência,
incluindo mutilação genital feminina, casamento precoce e violência sexual.
No relatório é destacado que
a Guiné-Bissau subscreve os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável na sua “estratégia
nacional de longo prazo que visa colocar o país no caminho para uma sociedade
mais próspera e inclusiva e que coloca o desenvolvimento humano no centro, a
fim de promover a melhoria do padrão de vida para todos até 2025”.ANG/Lusa
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