Japão/Primeiro-ministro revalida maioria em eleições marcadas pelo
luto
Bissau, 11 Jul
22 (ANG) - A coligação no poder no Japão revalidou a sua maioria no Senado
durante as eleições deste domingo, marcadas pelo assassínio, dois dias antes,
do antigo primeiro-ministro Shinzo Abe.
Com este
resultado, o primeiro-ministro Fumio Kishida poderá potencialmente avançar para
a revisão da Constituição, uma iniciativa que estava entre as prioridades
políticas de Shinzo Abe mas que este não conseguiu promover durante o seu
mandato.
A coligação formada pelo Partido Liberal
Democrático (PLD), do primeiro-ministro Fumio Kishida, e o partido aliado,
Komeito, alcançaram uma ampla maioria, com 76 dos 125 assentos parlamentares em
jogo este domingo, passando a controlar 146 dos 248 assentos do Senado. O PLD e
o Komeito podem mesmo vir a ter uma "super-maioria" de dois
terços da Câmara Alta do Parlamento já que são possíveis alianças com dois
outros partidos.
Assim, o primeiro-ministro Fumio Kishida
poderá avançar para a revisão da Constituição pacifista do país, uma iniciativa
polémica que estava entre as prioridades políticas de Shinzo Abe mas que este
não conseguiu promover durante o seu mandato. A reforma visa fornecer ao país
mais competências em matéria de Defesa, num momento em que o cenário da
segurança internacional está cada vez mais hostil.
A revalidação da maioria acontece dois
dias depois do assassínio do antigo primeiro-ministro Shinzo Abe, cujo velório
acontece esta segunda-feira em Tóquio, seguido do funeral na terça-feira. A
fechar uma digressão ao sudeste da Ásia, o secretário de Estado americano,
Antony Blinken, passou por Tóquio, esta segunda-feira, para apresentar
pessoalmente as condolências ao actual chefe de Governo.
Shinzo Abe morreu na sexta-feira, aos 67
anos, depois de ter sido atingido com dois tiros quando discursava num comício
de rua do PLD, na cidade de Nara, no oeste do Japão. Nesse mesmo dia, Fumio
Kishida anunciava que as eleições de domingo seriam realizadas porque o país
não iria ceder à violência.
O suspeito foi detido no local e identificado
como Tetsuya Yamagami, de 41 anos, alegadamente um antigo elemento da marinha
japonesa.
Segundo as autoridades, ele explicou ter visado
deliberadamente o antigo primeiro-ministro porque pensava que ele estava ligado
a uma organização religiosa a que a sua mãe teria transferido somas
importantes, colocando a família em grandes dificuldades financeiras.
Esta segunda-feira, a Igreja da Unificação,
conhecida como “seita Moon”, confirmou que a mãe do suspeito era membro da
organização.ANG/RFI
Sem comentários:
Enviar um comentário