Acobes/Secretário-geral considera “exagerada” a subida de preços de produtos de primeira necessidade no mercado nacional
Bissau, 13 Jul 22 (ANG) – O
Secretário-geral da Associação dos Consumidores de Bens e Serviços da
Guiné-Bissau (Acobes, considerou de “exagerada” a subida de preços dos produtos
no mercado nacional.
Bambo Sanhá, em entrevista exclusiva à ANG, sobre os aumentos,sem precedente, dos preços de produtos de primeira necessidade no mercado nacional disse que noutros países os aumentos verificados oscilam entre três e 10 por cento, o que não é o caso na Guiné-Bissau onde alguns aumentos de preços atingiram níveis de 50, 100 e ate 200 por centos.
Aquele responsável critica
que, perante essa situação nota-se a ausência completa do Estado nos mercados e falta de autoridade.
“Tendo em conta a conjuntura
mundial, primeiro devido a Covid-19 ,depois a Guerra de Ucrania, os preços dos
produtos aumentaram em todo o mundo. Mas, o que se verifica na Guiné-Bissau é um abuso e
roubo ao consumidor”, disse.
Sanhá sublinhou que os comerciantes não dispôem de uma carta
branca para fazer o que entenderem no mercado, frisando que, quando isso
acontece é porque o Povo está abondonado pelo seus próprios governantes.
“O Governo é que dá licença e
Alvará aos comerciantes, por isso, deve os controlar, uma vez que pediram esses
documentos para prestarem serviços ao consumidor, e estes serviços devem ser
monitorados por quem de direito, nesse caso o Ministério do Comércio”, afirmou.
O Secretário-geral da Acobes
salientou que o mercado livre não é sinónimo de preço livre, sustentando que, isso não existe em nenhuma parte do mundo.
Bambo Sanhá adiantou que já apresentaram propostas ao Ministério do
Comércio com objectivo de criar um espaço, à semelhança dos países da UEMOA,
denominado de Conselho Nacional de Consumo,
que iria envolver entre outros, o sector público, privado e organizações
da sociedade civil, mas que, infelizmente, a proposta não foi acolhida
satisfatoriamente.
Segundo ele, isso evitaria a
realização de trabalhos isolados com informações sintonizadas ou seja, diz
Sanhá, “o Ministério de Comércio, de uma forma isolada e fechada aceitou
aprovar estrutura de preços sem participação de outras entidades”.
Bambo Sanhá falou da
Comissão Interministerial criada pelo Governo que tinha como função estancar a
súbida de preços dos produtos no mercado, e diz que os técnicos fizeram o
trabalho contando com as taxas de venda de, por exemplo, açucar, arroz e outros
.
“Por exemplo, o arroz quebrado
não podia custar mais de 17,500 francos CFA por saco de 50 quilograma e o açucar
não podia ir além dos 25 mil francos.Isso não
se verififou porque o Governo permitiu que seja o próprio importador a agilizar a
margem de lucros com grossistas e mini-grossistas”, afirmou.
O líder da Acobes dise que o
Governo continua passivo e conivente face a retirada do poder de compra a população
consumidora e o aumento da pobreza.
“O que está a passar na
Guiné-Bissau é sinónimo de má governação uma vez que o Executivo não zela pela
protecção e promoção do direito dos consumidores”, disse Bambo Sanhá..ANG/MSC/ÂC//SG
Sem comentários:
Enviar um comentário