quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Economia



Presidente da Agência Nacional do Caju pretende disciplinar o sector

Bissau, 15 Ago. 13 (ANG) – O Presidente do Conselho de Administração da Agência Nacional do Caju, Henrique Mendes, exortou hoje aos actores da fileira do caju a evitarem situações que possam levar um certo “nervosismo” ao mercado.
Henrique Mendes, explicava em entrevista à Agência de Notícias da Guiné-ANG as razões que levaram os bancos, na sua maioria, a não financiarem a presente campanha de comercialização da castanha de caju.

“Os actores da fileira do caju devem evitar situações de inércias, incertezas e criação de nervosismos no mercado porque, quando o ambiente é assim, os bancos ficam muito reticentes”, disse.
O Presidente do Conselho de Administração da Agência Nacional do Caju (ANCA-GB) afirmou que o Banco Regional de Solidariedade (BRS) foi o único no país que aceitou financiar a campanha de comercialização da castanha de caju, no ano em curso.
 O BRS, acrescentou, aceitou intervir no mercado de caju. “Se não me engano deu dinheiro à apenas quatro ou seis operadores económicos”.
 Henrique Mendes referiu que houve prejuízo tanto para os operadores como para os bancos.
Disse que em 2012 muitos operadores económicos compraram a castanha por um determinado preço mas não conseguiram vendê-la para obter lucros e que os bancos libertaram muitos créditos mas tiveram prejuízos.
“Segundo a Associação dos Bancos, foi investida no financiamento da campanha em 2012 o valor de 30 mil milhões de francos Cfa mas a banca recuperou apenas 20 mil milhões”, contou.
Perante esta situação, de acordo com Henrique Mendes, os bancos tiveram que contactar ao Governo, apresentando-lhe as suas preocupações e o executivo teve que tomar “medidas discricionárias” que se traduziram na devolução aos bancos de 40 dos 50 fcfa por cada tonelada de castanha exportada que os operadores económicos pagaram ao Fundo de Promoção da Industrialização da castanha (FUNPI).
Aquele responsável sublinhou que quem ganhou com tudo isso são os compradores indianos.
“Portanto é preciso deixar que a Agência de Regulação fizesse o seu trabalho em concertação com outros departamentos, tais como, o Ministérios do Comércio, das Finanças etc.”, aconselhou Henrique Mendes.
Mendes referiu que tem faltado à Guiné-Bissau uma Autoridade de Regulação, para disciplinar o mercado e não permitir que, quem chegasse e que tenha maior capacidade financeira, possa impor regras.
“Os indianos têm o monopólio do mercado porque estão no caju há mais de um século. Se não disciplinarmos o sector vai-nos acontecer sempre aquilo que aconteceu este ano”, explicou o PCA da ANCA-GB.
ANG/ÂC/SG


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