quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Política


“Eleições de 24 de Novembro são fundamentais para a Guiné-Bissau”, 
diz o analista político, João de Barros

Bissau, 13 Jul 13 (ANG)- O Analista Político e Director do Jornal “Expresso Bissau” considera as eleições presidenciais e legislativas de 24 de Novembro deste ano de “fundamentais” para o futuro do país.
Em entrevista exclusiva à Agência de Notícias da Guiné-ANG, sobre a actual situação política e os possíveis cenários vis-a-vis o escrutínio de Novembro, João de Barros aconselha aos actores políticos ao bom senso, e que “privilegiassem, fundamentalmente, o diálogo” .

Na avaliação do actual momento político no país, o ex-Secretário de Estado da Comunicação Social afirma que apesar de todas as dificuldades, “parece”  que os consensos estão a ser alcançados, e cita os exemplos de marcação da data do pleito ,  eleição da nova direcção da Comissão Nacional de Eleições,  escolha do modelo do recenseamento eleitoral e de revisão da Lei Eleitoral.
Assim, acrescenta o jornalista, pode-se falar da ida ao voto no dia 24 de Novembro , dado que, por outro lado, a comunidade internacional está disposta a dar o apoio tanto no plano técnico, como na componente financeira.
João de Barros admite surpresas nas próximas eleições e disse que os recentes anúncios de intenções de concorrer ao cargo do Presidente da República de figuras como o antigo Reitor da Universidade “Amilcar Cabral”, Tcherno Djalo, o ex-Vice- Presidente do Banco Mundial para África de Oeste, Paulo Gomes e o ex-Director-geral da Comunidade dos Países da Língua Oficial Portuguesa (CPLP), Hélder Vaz, prometem  enriquecer o debate político em prol da nação.
Contudo, alerta para os casos do PAIGC e PRS, maiores partidos do país que, até então não indicaram o seu candidato à Presidência da República, e mais, os “libertadores” nem se quer fizeram o congresso para legitimar os órgãos e eleger o Presidente do partido que, segundo os seus estatutos, concorre a chefia do governo nas eleições parlamentares.
Ainda sobre a vida interna do “partido de Cabral” , o analista político não tem dúvidas de que  a iniciativa dos  veteranos de separar as funções de  Presidente do partido das  de chefia do governo  “vai provocar uma rotura que pode custar muito carro ao PAIGC”.
Sobre o futuro político de Koumba Yala, o analista afirma que a declaração do antigo Presidente da República segundo a qual ele remeteu a decisão de se candidatar ao seu partido, o PRS, pode ser interpretada como de alguém que esteja interessado em concorrer, mas que apenas aguarda a luz verde do seu partido.
Em relação ao Carlos Gomes Júnior, que anunciou o regresso à Bissau para concorrer nas próximas presidenciais, João de Barros aconselha o ex-primeiro-ministro a “civilizar”  o seu discurso com apresentação de ideias e projectos de desenvolvimento, em detrimento de declarações de ameaças que, na sua óptica, não lhe ajudam.
Finalmente, João de Barros que considera a Guiné-Bissau um país viável, tendo em conta os seus vastos recursos naturais e sua população, aconselha o governo que sair das eleições a se pautar nomeadamente, por uma “diplomacia inteligente”, e numa política séria de combate ao tráfico de drogas, para recuperar a confiança e cooperação internacional, “indispensáveis” para o desenvolvimento do país.

FIM/QC

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