CEDEAO/ Levantada parte das sanções ao Mali, Burkina e à Guiné-Conacri
das
sanções contra o Mali , perante sinais da junta mlitar interpretados como sendo
“avanços”.
Os países da
CEDEAO suspenderam também provisoriamente a aplicação das medidas que tinham
sido adoptadas contra o Burkina Faso e contra a Guiné Conacri.
Os dirigentes oeste-africanos decidiram
levantar parte das sanções que tinham adoptado em Janeiro quando, poucos meses
depois do seu segundo golpe do ano passado, a junta militar do Mali tinha
anunciado que não iria organizar eleições em Fevereiro deste ano, apesar de um
compromisso neste sentido na sequência do seu primeiro golpe em 2020.
As medidas então adoptadas incluíam o
encerramento das fronteiras do Mali com os restantes países da região, o
congelamento dos bens do país, assim como a suspensão das suas trocas
comerciais e financeiras.
Sem acesso aos mercados financeiros
regionais nem aos bancos, o Mali ficou logo no passado mês de Fevereiro em
incumprimento, o país não tendo tido capacidade de pagar uma dívida de 300
milhões de Dólares.
À luz de recentes decisões da junta
militar, com o anúncio na semana passada de um calendário eleitoral prevendo
presidenciais para Fevereiro de 2024, os líderes oeste-africanos optaram por
levantar imediatamente estas sanções, sendo contudo mantidas as medidas visando
individualmente os dirigentes da junta. Neste novo figurino, o Mali também
continua suspenso dos órgãos da CEDEAO.
O Burkina Faso permanece igualmente suspenso da CEDEAO, os
dirigentes regionais tendo contudo decidido para já não aplicar as sanções
económicas que tinham decidido no passado mês de Março. Depois de insistirem
sobre um calendário de transição de 36 meses, os militares que derrubaram o
presidente Roch Marc Kaboré em finais do passado mês de Janeiro concordaram em
implementar um prazo mais curto, com um regresso dos civis ao poder a partir do
dia 1 de Julho de 2024.
Relativamente à Guiné-Conacri, também palco de um golpe perpetrado
pelos militares em Setembro do ano passado, tal como para o Mali e o Burkina,
esse país permanece suspenso das instituições da CEDEAO.
Apesar de terem taxativamente rejeitado os 3 anos de transição
propostos pela junta militar da Guiné-Conacri, os dirigentes oeste-africanos
preferem não aplicar sanções imediatamente. Eles pretendem deste modo deixar
algum tempo ao antigo Presidente do Benim, Thomas Boni Yayi, recentemente
nomeado mediador para a Guiné-Conacri, para convencer a junta a apresentar um
novo calendário até ao final deste mês de Julho, sob pena de serem -aí sim-
aplicadas, efectivamente, sanções económicas.
Refira-se ainda que no conjunto de decisões tomadas durante a cimeira de domingo, foi designado o Chefe de Estado da Guiné-Bissau como novo presidente da organização regional. Umaro Sissoco Embaló sucede ao Presidente do Gana que, após dois mandatos na chefia da CEDEAO, deu conta da sua intenção de passar o testemunho que estatutariamente devia recair, desta vez, sobre um país lusófono. ANG/RFI
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