Comunicação Social Ministra
recomenda “comunicação para
desenvolvimento” aos profissionais da área
Bissau, 27 Mar 24
(ANG) – A ministra da Comunicação Social, Maria da Conceiçâo Silva Êvora recomendou hoje aos jornalistas e comunicadores para se preocuparem com a
produção de informação construtiva para o desenvolvimento e que contribua para a
edificação de consensos à volta dos desígnios nacionais, e na formação e
manutenção da consciência de cidadania.
Maria da Conceição
Évora falava hoje na cerimónia oficial
das celebrações dos 49 anos da existência do Jornal Nô Pintcha que se assinala
hoje, 27 de Março.
“Num país como a
Guiné-Bissau, que tem sido afectado por crises de diversas natureza, as responsabilidades
dos órgãos da comunicação social são transversais, assumem grandes proporções devido a sua tarefa na sociedade, a sua
prestação no âmbito da actividade política, económica, social e cultural, entre
outros”, salientou.
No entender da
governante, as responsabilidades dos medias nesta etapa da existência do país
devem ser partilhadas com a sociedade, sobretudo com a classe política que
detém o poder, dado que a sua função vai além do clássico âmbito de informar e
formar, mas também de construção de uma opinião pública consciente e ativa.
“A comunicação, por
ser o reflexo da realidade do país, o fluxo das mensagens capazes de gerar
decisões em dois sentidos, do poder ao cidadão e vice versa, os medias devem
estar à altura das suas atribuições para não se constituirem pontos de
discórdias, de desentendementos, ou provocar violência verbal, politica ou física na sociedade”, disse.
Maria da Conceição
Évora reconheceu as dificuldades
existentes nos órgãos públicos de informação, mas garante que o Governo fará de tudo para apoiar o setor, quer
na aquisição de meios materiais, melhoria das condições laborais e de vida dos
seus profissionais bem como na elaboração de politicas para o setor.
A ministra da
Comunicação Social apelou a todos os profissionais do setor, tanto públicos
como privados para respeitem a ética e a
deontologia jornalística, e que façam da promoção da cultura do diálogo e da
paz, um dos objectivos principais do seu labor quotidiano, a razão principal do
seu combate enquanto comunicadores.
Advertiu aos jornalistas
a não esquecerem que devem mobilizar e sensibilizar os cidiadãos para a
promoção e o desenvolvimento da cultura da paz, tendo como objectivo, a
pacificação dos espíritos e a instauração da reconciliação nacional.
Por outro lado, Maria
da Conceição Évora convida a todos a
refletirem sobre o percurso do jornal Nô Pintcha e analisar a sua evolução nestes 49 anos de
vida e de luta, em ambientes que nem sempre são favoráveis, que colocam vários
desafios aos seus profissionais.
Disse que, neste
espaço de tempo, o Nô Pintcha que documenta todos os fatos que maracaram o país
, desde os primórdios da independência, enquanto Estado novo em construção, passando
pela transição do monolitismo partidário ao pluralismo democrático que hoje
vigora.
A Diretora Geral do Jornal
Nô Pintcha, Elci Pereira Dias fez uma resenha histórica sobre o orgão,
destacando as suas diferentes fases de vidae suas dificuldades.
Falando de
perspectiva do semanário estatal disse que no domínio grafico, prevêm a aquisição de uma impressora digital para poder ter o jornal
impresso a tempo e criação de um Fundo Social, cujo o montante não foi revelado.
Destacou que o jornal foi criado pelo Estado guineense
com a missão de informar, formar, educar, sensibilizar e capacitar a população
para consolidação das conquistas da independência, e que foi um instrumento
importante na mobilização e orientação das camadas da população para os
objectivos do desenvolvimento nacional.
“Hoje a informação é
muito dinâmica com as novas tecnologias, que chegam mais rápida. O jornal Nô
Pintcha está a sofrer com a presença das redes sociais e jornais on-line é
imperativo acompanhar essa dinâmica, por isso a nossa aposta será no formato
digital”, disse Elci Pereira Dias.
Assegurou que têm que
ser proativos e avançar com reformas para reforçar a presença no webjornalismo
com conteúdos diversificados, atuais e exclusivos.
Para responder à dinâmica informativa de momento, Pereira Dias
promete reforçar a capacitadade dos quadros em novas tecnologias para melhorar
a qualidade de informação, bem como diversificar os conteúdos,através da
especialização.
Para tal, disse que
precisa de forte investimento da parte do Governo, nomeadamente o salário para
estimular
maior engajamento no
desempenho profissional. Disse que
o
baixo salário praticado no órgão tem sido um obstáculo para o exercício da
profissão, o que tem provocado a fuga de quadros da Comunicação social para
outros setores de atividades, e que
o
jornal Nô Pintcha não é a exceção.
A DG do Nô Pintcha
disse que estão a trabalhar para garantir a cobertura noticiosa nas regiões, através
da criação de correspondentes regionais, e ainda para a conclusão do processo da digitalização dos
arquivos do jornal, da independência à
esta parte.
“Estamos conscientes que não basta investir em
equipamentos, tecnologias e materiais. É, preciso acima tudo, criar condições
de trabalho que passam pela criação de sinergias e resolução de problemas que
possam existir, através do diálogo permanente com o sindicato de base, para alcançar
consensos necessários e consequentemente atingir os objectivos laborais almejados”, referiu.
Durante o evento, a
Direcção do Jornal Nô Pintcha distinguiu os três ex- Directores-Gerais com prémios
de reconhecimento, nomeadamente Simão Abina, Aniceto Alves e Pedro Quadé, e
dois jornalistas Aliu Baldé e Fulgêncio Mendes Borges, com um prémio de
desempenho. ANG/LPG/ÂC//SG