Frente Social/Greve afeta mais setor da Saúde do que Educação
Bissau,20 Mar 24(ANG) - A greve geral de três dias decretada pela Frente Social no país, está a afetar mais o setor da Saúde do que a da Educação, disse terça-feira à Lusa o presidente do sindicato dos professores.
De acordo com Alfredo
Biaguê, vários professores ligados ao Sindeprof (Sindicato Democrático dos
Professores) não aderiram à greve "por medo de represálias" do
Governo.
"Nas outras greves
decretadas, os nossos associados foram cortados no salário, por isso muitos
estão com medo dessa medida", observou o dirigente.
O Sindeprof e a Frenaprof
(Frente Nacional dos Professores e Educadores) são os sindicatos de docentes
filiados na Frente Social, em representação do setor da Educação enquanto o
Sinetsa (Sindicato Nacional dos Enfermeiros, Técnicos de Saúde e Afins) e a
Sinquasa (Sindicato de Quadros da Saúde) representam o setor da Saúde.
A Lusa constatou, em Bissau,
que praticamente todas as escolas públicas se encontram em funcionamento hoje,
uma situação confirmada pelo presidente do Sindeprof.
Alfredo Biaguê observou que
"alguns professores aderiram à greve", mas admitiu que "muitos
estão a dar aulas".
"É o medo que está a
funcionar", declarou Biaguê.
A paralisação laboral é mais
notória no setor da Saúde, nomeadamente no Simão Mendes, principal hospital da
Guiné-Bissau, onde os técnicos prestam apenas os serviços mínimos.
No caderno reivindicativo da
Frente Social constam, entre outros pontos, o pagamento de dez meses de salário
em atraso aos professores e técnicos de saúde, a efetivação de novos quadros
contratados pelo Governo para os dois setores, a adoção de um novo currículo
escolar, bem como a melhoria de condições laborais.
Alfredo Biaguê notou que
além destes pontos, o setor da Educação reivindica a reposição de subsídio
aprovado pelo parlamento, mas eliminado pelo Governo, referente à carga horária
dos professores.
O sindicalista afirmou que o
Governo decidiu "de forma unilateral" substituir a carga horária por
"subsídio de giz".
"Uma coisa não tem nada
a ver com outra", sublinhou Alfredo Biaguê.ANG/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário