EUA/Especialista da ONU ameaçada após publicar relatório sobre genocídio em Gaza
Bissau, 28 Mar 24 (ANG)
- A especialista das Nações Unidas Francesca Albanese, que alegou haver
"motivos razoáveis" para acreditar que Israel cometeu "actos de
genocídio" em Gaza, admitiu quarta-feira ter recebido ameaças, mas disse
que não pretende demitir-se.
"Não estou a dizer
que é agradável e às vezes recebo ameaças, mas até agora não necessitei de
precauções adicionais", afirmou a especialista, cujo mais recente
relatório foi divulgado na segunda-feira.
Israel proibiu-a de
entrar no seu território após declarações que, segundo as autoridades
israelitas, negam o carácter antisemita do ataque do Hamas em 07 de Outubro.
A funcionária da ONU é
apoiada por muitos países, mas está no centro de uma controvérsia, com alguns
observadores a considerarem que as suas declarações à imprensa são por vezes
demasiado polémicas.
A especialista, que é
mandatada pelo Conselho dos Direitos Humanos mas não fala em nome da
organização, afirmou estar sob pressão, mas assegurou que isso não altera a sua
intenção de prosseguir as suas tarefas.
"Pode ser que
decida retirar-me em algum momento, simplesmente porque também tenho uma vida
privada que gostaria de desfrutar, mas não será porque fui demonizada ou
maltratada", explicou Albanese.
Para as autoridades de
Israel, o relatório de Albanese faz parte de "uma campanha para minar o
próprio estabelecimento do Estado judaico", o que a especialista refuta.
"Não estou a
questionar a existência do Estado de Israel (...) mas faço parte de um
movimento que quer o fim do 'apartheid'", reagiu Albanese, assegurando que
também condena o Hamas.
O ataque sem precedentes
de 07 de Outubro do movimento islamita palestiniano em solo israelita
desencadeou uma ofensiva terrestre e aérea israelita na Faixa de Gaza, onde a
população está à beira da fome, segundo a ONU. ANG/Angop
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