sexta-feira, 22 de março de 2024

                 Senegal/ Campanha eleitoral encerra esta sexta-feira

Bissau, 22 Mar 24 (ANG) -  Encerra esta sexta-feira(22)  a campanha rumo à primeira volta das eleições presidenciais deste domingo no Senegal, concorrida  inicialmente por 19 candidatos, dos quais dois desistiram.

Os analistas prevêem um escrutínio muito em aberto onde Khalifa Sall, antigo edil de Dacar, é tido como possível fiel da balança.

As eleições deviam ter ocorrido a 25 de Fevereiro, mas foram adiadas pelo presidente cessante, Macky Sall. Este garante que deixa o poder até ao limite do seu mandato, 2 de Abril.

A marcação da data de 24 de Março implicou que a campanha eleitoral fosse encurtada e passasse de três para duas semanas.

Para Henri Labéry, politólogo radicado em Dacar, as duas desistências, entre os 19 candidatos, não devem alterar a necessidade, muito provável, de uma segunda volta, perante este número elevado de candidaturas.

A desistência dos dois candidatos, do meu ponto de vista, não influi muito no resultado da campanha e dos votos. O Habib Sy já declarou apoiar Diomaye Faye e o outro [Cheikh Tidiane Dieye] não disse nada. A ausência do Presidente da República, que declarou, seja qual for o resultado, no dia 2 de Abril, entregaria o poder não sei a quem ? Talvez  ao Conselho Constitucional ? Parece que numa primeira volta, salvo milagre, não haverá um vencedor.

Ainda se aguarda também pelo pronunciamento do PDS [Partido democrático senegalês], de Karim Wade. Não se sabe, até o momento quem é que Karim Wade, que não se pôde candidatar, vai apoiar. Mas daqui até domingo, o dia D, muito provavelmente o partido diz que vai tomar posição .

Amadou Ba dissera que já tinha o apoio do Karim, mas este desmentiu. Provavelmente o outro candidato do Partido Socialista, que é o Khalifa Sall, também está esperando que o voto do PDS, que o partido do Karim Wade lhe seja favorável. Vamos a ver daqui até mais tarde se realmente o PDS irá pronunciar-se, através do Abdoulaye Wade, o pai do Karim Wade, ausente do território já há muitos anos.

Mas a situação era muito tensa na pré-campanha e houve muitos protestos. Houve até mortos a lamentar. Agora esta campanha foi curta. Como é que ela foi? Ela interessou? Ela mobilizou ?

Mobilizou. Curta, mas mobilizou. E evidentemente que os candidatos reclamam que tudo isso foi calculado para favorecer o candidato do poder do Macky Sall

Amadou Ba, ex primeiro-ministro !

Amadou Ba, exacto. A ver vamos.

E a libertação daqueles dois presos, nomeadamente Faye e Sonko: acha que isso mudou alguma coisa no decurso da campanha?

Sim, sim, indubitavelmente que vai mudar. Porque a ausência, se houvesse ausência do representante do partido do Sonko, o escrutínio não seria credível.

E essa amnistia acalmou um pouco os ânimos., então ?

Sim, embora muitos estavam contra essa lei da amnistia, mas acabou por ser significativo.

Acha que há receios agora quando se chegar ao dia D e quando começarem a ser apurados resultados sobre a forma como os candidatos se vão comportar os candidatos e os apoiantes? Porque o Senegal sempre foi muito estável, mas cada vez mais se fala nos receios de instabilidade, não é?

Isso também é verdade. Esperemos que amanhã, depois de amanhã, tudo corra pelo melhor. Já o povo, o eleitorado senegalês, é muito habituado às urnas sem distúrbios. Esperemos que isso seja um sinal positivo e que assim seja também no próximo domingo.ANG/RFI

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