Clima/ “Forte probabilidade” de 2024 ser o ano mais quente da história
Bissau, 20 Mar 24 (ANG) – Existe uma "forte probabilidade” que 2024 seja o ano mais quente, indicou , terça-feira, a Organização das Nações Unidas.
“Não podemos dizer com certeza”, mas “diria que há uma grande probabilidade que 2024 volte a bater o recorde de 2023”, afirmou Omar Baddour, da Organização Meteorológica Mundial (OMM), durante a apresentação do relatório anual sobre o clima.
O ano de 2023 foi o ano mais quente e a Organização
Meteorológica Mundial informa que os recordes de temperatura não foram os
únicos a registarem valores, até então, nunca vistos. O organismo da ONU
publicou esta terça-feira, 19 de Março, o relatório anual “O Estado do Clima Mundial”,
que dá “um significado
novo e alarmante à expressão 'extraordinário'”, apesar de
ainda indicar haver esperança.
Tanto o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) ou o óxido
nitroso (N2O), as emissões de gases com efeito de estufa atingiram níveis
recorde em 2022, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM) os primeiros
dados de 2023 indicam um " aumento contínuo".
Os gases de efeito de estufa retêm o calor na atmosfera e são os
principais responsáveis pelas alterações climáticas. Estes gases resultam das
actividades humanas, nomeadamente da combustão de combustíveis fósseis, da
agricultura intensiva ou de processos industriais, e permanecem no ar durante
várias décadas - quase 100 anos no caso do CO2. Mesmo que deixemos de libertar
estes gases na atmosfera, as temperaturas iriam continuar a subir nos próximos
anos, aponta o relatório.
Em 2023, a temperatura média aproximou-se do limite de +1,5
graus em comparação com os anos 1850-1900, antes da revolução industrial e do
início das emissões de gases com efeito de estufa. Este limite foi estabelecido
durante a COP21 de Paris em 2015. Segundo cientistas, este valor corresponde a
um limite que pode ameaçar o nosso dia-a-dia. "A temperatura média dos últimos dez anos, entre
2014-2023, é de +1,2 graus”, observa a OMM.
Em 2023, “todos
os meses entre Junho e Dezembro bateram recorde de temperaturas altas”. Isto
deve-se às alterações climáticas, mas também ao fenómeno El Niño, um
acontecimento natural e cíclico que aumenta ainda mais as temperaturas globais,
sublinha o relatório.
Também o calor acumulado no oceano atingiu o mais alto nível dos
últimos 65 anos, aponta a OMM. As ondas de calor atingiram o Atlântico Norte,
sobretudo no final do ano passados, provocado por um calor "extremo e severo",
consideraram especialistas, por causa do aumento das temperaturas em média
de 3°C. Durante a década de 1990, a elevação do nível do mar passou
de 2,13 milímetros (mm) para 4,77 mm.
Mesmo que as emissões de gases com efeito de estufa parassem
imediatamente, seriam necessários séculos para arrefecer, alerta a OMM. As
consequências são o aumento do nível do mal, o enfraquecimento da fauna e da
flora, além das repercussões para as populações que vive nas costas e para a
pesca.ANG/RFI
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