Peru/Justiça abre processo contra Presidente por
enriquecimento ilícito
Bissau, 19 Mar 24 (ANG) - O Ministério Público do Peru iniciou
um processo preliminar contra a Presidente peruana, Dina Boluarte, por
alegadamente não ter declarado a posse de relógios de luxo e enriquecimento
ilícito.
O Ministério Público
indicou que a Área de Enriquecimento Ilícito e Queixas Constitucionais ordenou
a abertura de um processo preliminar contra Boluarte pelos alegados crimes de
enriquecimento ilícito e de não declaração em documentos "do uso de
relógios Rolex", de acordo com um comunicado divulgado na segunda-feira.
O anúncio da entidade,
na rede social X (antigo Twitter), surgiu horas depois de o primeiro-ministro
peruano, Gustavo Adrianzén, se ter escusado responder aos jornalistas sobre os
relógios de luxo que a Presidente tem sido vista a usar em eventos públicos.
"É uma questão
pessoal que não me cabe a mim abordar", disse Adrianzén sem responder a
mais perguntas sobre o assunto.
Há alguns dias, Boluarte
disse que os relógios usados em cerimónias públicas são artigos "de
antigamente", depois de confirmar que possui um Rolex avaliado em 14 mil
dólares (cerca de 13 mil euros).
"Trabalho desde os
18 anos, o que tenho é fruto do meu esforço", respondeu a Presidente aos
jornalistas.
Uma investigação do site
La Encerrona indicou que Boluarte tem vários relógios de luxo que não foram declarados
no registo de propriedade perante o Júri Nacional de Eleições peruano.
No fim de semana, um
perito disse à estação América Televisión que pelo menos um dos modelos Rolex
que Boluarte usa é dos últimos quatro anos por ser um modelo novo com diamantes
no mostrador.
Dina Boluarte assumiu a
Presidência peruana em 07 de dezembro de 2022, depois da destituição do
antecessor Pedro Castillo, acusado de promover um golpe de Estado para tentar
convocar uma nova Assembleia Constituinte.
Na sequência da detenção
de Castillo, protestos populares exigiram a libertação do ex-chefe de Estado, a
demissão de Boluarte e eleições antecipadas.
Mais de 70 pessoas
morreram nas manifestações, em particular devido à atuação das forças policiais
e militares. ANG/Lusa
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