Togo/
Parlamento
aprova nova Constituição que muda regime presidencial para parlamentar
Bissau, 26 Mar 24 (ANG) - O parlamento togolês aprovou,
segunda-feira, à noite, uma nova Constituição que altera o atual
regime presidencial em regime parlamentar, dando agora ao Parlamento o poder de
eleger o Presidente da República.
Com a instauração desta nova lei suprema, o Togo passa
para a V República, sendo que para já, não se conhece a data de entrada em
vigor do texto.
Esta mudança substancial na Constituição proposta pela União
para a República, grupo maioritário no parlamento, foi adoptada quase por
unanimidade, com 89 votos a favor, um contra e uma abstenção, sendo que a
oposição tem uma fraca representação no hemiciclo, depois de ter boicotado as
últimas legislativas de 2018.
Em virtude deste novo texto, o Presidente da República vai
passar a ser escolhido "sem debate" pelo
Parlamento reunido em congresso "para
um mandato único de seis anos". Anteriormente, o Presidente togolês eleito por sufrágio universal
era de cinco anos, com a possibilidade desde 2019, de o renovar uma única vez.
A nova Constituição introduz igualmente um cargo de "presidente do Conselho de
Ministros" com
a "plena autoridade e
o poder de gerir os assuntos do governo e de ser responsável, em consequência". Quem ocupa
este posto é "o
líder do partido ou líder da coligação de partidos maioritários após as
eleições legislativas. É designado para um mandato de 6 anos", e fica com boa parte das
prerrogativas anteriormente atribuídas ao Presidente da República, nomadamente
em termos de representação do Togo no exterior e gestão quotidiana do país.
Esta alteração à lei fundamental é a mais importante operada
desde 1992 e faz entrar o Togo na V República a um pouco menos de um mês das
legislativas e regionais marcadas para 20 de Abril.
Aquando da anterior revisão constitucional, em 2019, em que se tinha estabelecido um limite a dois mandatos presidenciais, tinham-se colocado os contadores a zero para o atual Presidente Faure Gnassingbé já no poder desde 2005, apesar da forte polémica envolvendo esta decisão. ANG/RFI
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