África do Sul/Presidente do parlamento detida por corrupção
Bissau, 22 Mar 24 (ANG) – A presidente do parlamento da África do Sul, Nosiviwe Mapisa-Nqakula, encontra-se detida pela polícia na capita sul-africana, Pretória, por alegada corrupção pública, foi hoje anunciado por várias fontes no país africano.
De acordo com vários órgãos de
comunicação social sul-africanos, a política do Congresso Nacional Africano
(ANC, na sigla em inglês), no poder desde 1994, ter-se-á entregado às
autoridades policiais de Pretória na manhã de hoje.
A detenção de Nosiviwe Mapisa-Nqakula
foi também anunciada na rede social X (antigo Twitter) pelo líder do partido de
oposição Movimento Democrático Unido (UDM), Bantu Holomisa.
“A presidente do Parlamento finalmente
foi detida. Ela encontra-se detida na esquadra de Polícia de Pretória. Às 09:00
comparecerá no Tribunal Criminal”, salientou.
Holomisa instou em 2021 a Comissão
Permanente Conjunta de Defesa do Parlamento a investigar as alegações de
corrupção pública contra a presidente do parlamento sul-africano.
Todavia, contactado pela Lusa, um
porta-voz provincial da Polícia Sul-Africana (SAPS), Mavela Masondo, escusou-se
a confirmar a detenção da presidente do parlamento na esquadra da polícia de
Pretória, remetendo para a Autoridade Nacional de Acusação (NPA, na sigla em
inglês), no âmbito do Ministério Público que despoletou esta semana o caso de
investigação contra a política do ANC.
De acordo com a imprensa local,
Mapisa-Nqakula terá submetido um pedido judicial urgente para impedir a sua
detenção, solicitando que fosse intimada para comparecer em tribunal.
Mapisa-Nqakula enfrenta alegações de
corrupção na ordem de 2,3 milhões de rands (cerca de 112 mil euros) em alegados
subornos de um empreiteiro da Força de Defesa Nacional da África do Sul (SANDF,
na sigla em inglês) quando desempenhou o cargo de ministra da Defesa entre 2012
e 2021, segundo a imprensa sul-africana.
A detenção pelas autoridades ocorre 24
horas depois de a presidente do parlamento sul-africano anunciar que se iria
ausentar “imediatamente” do cargo em “licença especial” devido à investigação
em curso às alegações de corrupção pública de que é alvo.
Na terça-feira, investigadores da
elite policial criminal sul-africana HAWKS, em articulação com o NPA,
revistaram a residência de Nosiviwe Mapisa-Nqakula, em Joanesburgo, indicou à
imprensa o porta-voz do parlamento Moloto Mothapo.
“A presidente do parlamento defende
firmemente a sua forte convicção de inocência e reafirma que não tem nada a
esconder. Em linha com isto, ela recebeu os investigadores na sua casa,
cooperando plenamente durante a extensa busca que durou mais de cinco horas”,
salientou.
Vários partidos políticos apelaram a
uma investigação “exaustiva” do caso e à demissão da presidente do parlamento,
a cerca de dois meses das eleições gerais em 29 de maio.
“A presidente do parlamento tem que se demitir para manter e
sustentar a confiança do público no nosso Parlamento”, declarou Siviwe Gwarube,
o líder parlamentar do Aliança Democrática (DA), principal partido na oposição.
O líder do partido de oposição Freedom Front Plus (FF Plus),
Pieter Groenewald, considerou esta semana que a presidente do parlamento da
África do Sul “deveria afastar-se até que esta investigação seja concluída
porque a sua integridade está agora sob investigação e isso reflete-se no
Parlamento”. ANG/Lusa
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