Colômbia/Autoridades ordenam expulsão de diplomatas argentinos após ofensas de Milei a Petro
Bissau, 28 Mar 24 (ANG) - A Colômbia ordenou a expulsão de
diplomatas da Embaixada da Argentina em Bogotá, depois de o Presidente
argentino, Javier Milei, ter apelidado o homólogo colombiano Gustavo Petro de
"terrorista assassino" numa entrevista à CNN.
O Ministério dos
Negócios Estrangeiros colombiano anunciou num comunicado que o Governo
"ordenou a expulsão de diplomatas da Embaixada argentina na
Colômbia", sem especificar o número de pessoas afetadas, e acrescentou:
"O alcance desta decisão será comunicado à embaixada argentina através dos
canais institucionais diplomáticos".
Milei referiu-se a Petro
como um "assassino e terrorista" numa entrevista, na quarta-feira, ao
canal em castelhano de televisão norte-americana CNN, na qual também chamou
"ignorante" ao homólogo mexicano, Andrés Manuel López Obrador.
A entrevista vai ser
transmitida no domingo, mas o canal divulgou excertos já na quarta-feira.
A diplomacia colombiana
disse que, "em nome do Governo da Colômbia, repudia as declarações feitas
por Javier Milei".
"Não é a primeira
vez que Milei ofende o Presidente colombiano, afetando as relações históricas
de fraternidade entre a Colômbia e a Argentina", lembrou o ministério, na
mesma nota.
Essas e outras
expressões do Presidente argentino "prejudicaram a confiança da nação,
além de ofender a dignidade" de Petro, "eleito
democraticamente", destacou.
Este não é o primeiro
confronto entre o ultraliberal Milei e o líder de esquerda Petro,
ideologicamente opostos, no entanto a expulsão de pessoal diplomático é uma
medida raramente utilizada por Bogotá.
O caso mais recente
ocorreu em dezembro de 2020, quando dois diplomatas da Embaixada da Rússia
foram expulsos depois de serem acusados de "atividades incompatíveis"
com o posto, por alegadamente realizarem operações de inteligência militar.
Em 26 de janeiro, o
Governo da Colômbia chamou o embaixador na Argentina, Camilo Romero, para
consultas, depois de Milei ter afirmado que Petro "é um comunista
assassino que está a afundar" o país.
Em resposta, a
diplomacia colombiana afirmou que as declarações, proferidas numa entrevista,
"violam os profundos laços de amizade, compreensão e cooperação que
historicamente unem" os dois países, tendo por isso solicitado
"consultas imediatas" com Romero.
Um mês mais tarde, a 24
de fevereiro, o Governo da Colômbia voltou a repudiar "declarações
irresponsáveis" de Milei, que se referiu a Petro como "uma
praga".
Nessa ocasião, o canal
de televisão colombiano NTN24 entrevistou Milei, à saída da convenção anual da
direita norte-americana, em National Harbor (Maryland), onde esteve o ex-presidente
dos EUA Donald Trump.
Questionado sobre o que
pensava de Petro, Milei disse: "Está a afundar os colombianos, ou seja, é
uma praga letal para os próprios colombianos".
Quando Milei ainda era
candidato à presidência da Argentina, foi criticado por Petro por comentários
depreciativos sobre os socialistas, cujas ideias comparou às de Adolf Hitler.
Durante a última
campanha eleitoral argentina, Petro apoiou abertamente o rival de Milei, Sergio
Massa, e descreveu a vitória do ultraliberal como "triste para a América
Latina".
O chefe de Estado da
Colômbia foi também criticado por ter comparado Milei com os ditadores Jorge
Videla, da Argentina, e Augusto Pinochet, do Chile. ANG/Lusa
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